domingo, 25 de março de 2012

Três sem terra são mortos em MG e enterrados no Domingo


Altamiro Borges: Três sem terra são mortos em MG: Por Altamiro Borges


Três lideranças do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) foram encontradas mortas no último sábado (24) na rodovia estadual MGC-455, entre Uberlândia e Campo Florido, no Triângulo Mineiro. Valdir Dias, de 39 anos, e Clestina Nunes, de 47, estavam no interior de um carro, com tiros na cabeça. Já Nilton Silva, 51 anos, foi morto quando tentava fugir da emboscada.

Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, uma criança de cinco anos estava no veículo e presenciou a chacina. Mesmo em estado de choque, ela descreveu a cena do crime. A PM ainda não sabe os motivos das mortes, mas afirma já ter pistas sobre os assassinos. A mídia local divulga a informação de que o crime decorreu de disputas entre os acampados da fazenda São José do Cravo.

Apuração e punição dos criminosos

Já o MLST divulgou nota oficial afirmando que os três dirigentes estaduais da organização foram assassinados pelo agronegócio da região. Eles lideravam o acampamento dos sem terra na fazenda, que era reivindicada pela Usina Vale do Tijuco. “A área foi objeto de audiência em 8 de março de 2012, não havendo acordo entre as partes. Dezesseis dias depois, as três lideranças que tinham uma expressiva atuação na luta pela terra na região e eram coordenadoras do acampamento foram assassinadas”.
“Trata-se de mais um crime executado pelo tão endeusado agronegócio, onde a vida e o direito de ir e vir não são respeitados. A impunidade e a ausência do Estado de Direito na região vem causando o aumento da violência e da tensão social”, afirma a nota da direção nacional do MLST. Ela também alerta que outras duas lideranças do movimento “estão na lista de morte”.
A nota ainda exige providências imediatas do governo de Minas Gerais e da Polícia Federal. “Não podemos mais ficar chorando a perda de pessoas. A obrigação do Estado é garantir o direito a vida de sua população, independente de classe social, cor e raça... Exigimos a prisão imediata dos fazendeiros, mentores intelectuais dos assassinatos, bem como dos seus executores”.
Fonte:
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2012/03/tres-sem-terra-sao-mortos-em-mg.html?spref=bl

Sem-terramortos na MGC-455 são enterrados e autoridades chegam à cidade | Cidade eRegião | Correio de Uberlândia Online

O velório de Valdir Dias foi em Uberlândia,
mas o enterro foi em Fernandópolis

Foram enterrados neste domingo (25) os corpos dos sem-terra Milton Santos Nunes, Clestina Leonor Sales Nunes e Valdir Dias Ferreira. Eles foram mortos no sábado na MGC-455, a cerca de 40 quilômetros deUberlândia, próximo ao distrito de Miraporanga. A criança que estava no carro e foi poupada está com os pais no acampamento onde mora.

Durante o velório de Valdir Dias, em Uberlândia, o superintendente regional do Incra, Carlos Calazans, e o ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, estiveram na cidade e disseram que vão pedir a proteção do menor envolvido no crime, que pode ter ligação com disputas de terra.

Segundo Calazans, se o triplo homicídio for confirmado como sendo por conta do conflito agrário é o primeiro registrado com tamanha gravidade na região. As vítimas eram ligadas ao Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) e Milton e Clestina Nunes faziam parte da liderança do movimento na região do Triângulo Mineiro.

Há aproximadamente 4 meses, as três vítimas viviam em um acampamento a mais de 60 quilômetros de Uberlândia, na fazenda São José dos Cravos, no município de Prata. “Estou surpreendido, pois recentemente a Vara Agrária e o Incra visitaram aquela área e não fui procurado por ninguém falando sobre ameaça ou perseguição”, afirmou Carlos Calazans.

Segundo ele, a hipótese de execução é a mais forte, por isso uma força-tarefa será montada para a apuração do caso. O secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz, é esperado amanhã em Uberlândia para que o plano de investigação seja traçado.

Os corpos Milton Santos Nunes e Clestina Leonor Sales Nunes foram levados por familiares para o sepultamento em Cachoeira Dourada de Goiás, enquanto o de Valdir Dias Ferreira foi enterrado em Fernandópolis, São Paulo.

Vítimas foram executadas com tiros na cabeça

Os três sem-terra foram mortos enquanto vinham para Uberlândia, no final da manhã de sábado (24), depois que um homem em um carro prata conseguiu com que o motorista, Valdir Dias Ferreira, 40 anos, parasse ao lado de uma ponte sobre o rio Estiva, na MGC-455, próximo ao Distrito de Miraporanga.

O autor executou o condutor e o casal Milton Santos Nunes e Clestina Leonor Sales Nunes, 52 e 48 anos, com tiros na cabeça. Um menino de 5 anos, neto do casal e sobrinho de Valdir Ferreira, foi poupado pelo assassino.

Os tiros foram à queima-roupa, Milton Nunes foi o único que teve chance de fugir, mas foi baleado a poucos metros do carro. A hipótese de que seja uma execução é reforçada pelo fato de mais de R$ 1,6 mil das vítimas terem sido deixados no local.

A criança foi levada pela Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros para o assentamento da fazenda São José dos Cravos, em Prata, lugar onde há cerca de 80 famílias e que foi invadido há aproximadamente 4 meses. “Milton e Clestina falavam em nome dos assentados em Belo Horizonte e Brasília. É preciso investigar isso, pois parece ser encomendado, não pode ficar impune”, disse um dos líderes do MLST no Triângulo Mineiro, José Francisco Moreira.
Fonte:
http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/sem-terra-mortos-na-mg-455-sao-enterrados-e-autoridades-chegam-a-cidade/#.T2_a_Kc4rVI.blogger
 

Leia também:

  • Para polícia, hipótese para mortes de sem-terra em MG é ‘conflito interno’ | Boa Informação... A Polícia Civil de Minas Gerais trabalha com a hipótese de as mortes de lideranças do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) –com ao menos dois deles com tiros na cabeça–, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, terem ocorrido por conflito interno entre os militantes do grupo..... O coordenador nacional do MLST em Minas, Ismael Costa, classificou a ação como “uma verdadeira chacina” e disse que o triplo homicídio aprofundou a sensação de insegurança no movimento.

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