quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Indenização às vítimas do massacre de Corumbiara discutida em audiência pública na Assembleia Legislativa

Segundo o presidente da Assembleia, o Governo é quem deveria estar buscando resolver a questão que envolve as pessoas atingidas pelo massacre de Corumbiara. Coelho disse que a iniciativa para o pagamento deveria partir do Executivo...
Indenização às vítimas do massacre de Corumbiara discutida em audiência pública na Assembleia Legislativa

A indenização das vítimas e dos familiares de vítimas do massacre de Corumbiara, ocorrido há 18 anos, foi tema de uma audiência pública, na tarde desta quinta-feira (29), no plenário das deliberações da Assembleia Legislativa, atendendo a uma propositura do deputado estadual Claudio Carvalho (PT).
Como parte da programação do "Grito da Terra”, a audiência foi presidida pelo deputado estadual Hermínio Coelho (PSD), presidente da Assembleia Legislativa e contou com a presença dos deputados estaduais Epifânia Barbosa (PT) e Ribamar Araújo (PT) e dos federais Padre Ton (PT) e Anselmo de Jesus (PT).
Ao abrir a audiência pública, Hermínio Coelho lamentou a ausência do Governo de Rondônia, pois, segundo ele, até o momento, não efetuou a indenização das pessoas que hoje enfrentam problemas de saúde. “O Governo não mandou ninguém pra cá. Nem mesmo um simples puxa-saco. Nem coração acho que esse povo tem, infelizmente”, completou Hermínio.
Segundo o presidente da Assembleia, o Governo é quem deveria estar buscando resolver a questão que envolve as pessoas atingidas pelo massacre de Corumbiara. Coelho disse que a iniciativa para o pagamento deveria partir do Executivo.
“Se aqui chegar, aprovamos sem maior problema. Tem uma lei que concede dois salários mínimos para cada sobrevivente de Corumbiara e o Executivo não paga. Esse Governo é covarde, mentiroso e ladrão e não cumpre as leis e nem os acordos. E se alguém falar alguma coisa contra, sofre ameaças e intimidações. Tem um grupo forte que saqueia o Estado e humilha o povo e não podemos achar isso normal”, desabafou.
Com as galerias ocupadas por trabalhadores rurais, também participaram da audiência o bispo emérito de Guajará-Mirim, Dom Geraldo Verdier; o presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagro), Fábio Menezes; o representante das vítimas, Felipe Sviderski, o defensor público Hélio Vicente de Matos e o vereador e presidente da Câmara de Corumbiara, Valdinei Antônio Coelho (PT).
Logo após a abertura, foram exibidos dois vídeos, com imagens da época da ação policial, que culminou com a morte de 12 trabalhadores rurais, entre eles uma menina de sete anos. Dois policiais militares também morreram no conflito e há registros de pelo menos sete trabalhadores desaparecidos.

Depoimentos de sobreviventes
Em seguida, foi aberto o espaço para que os sobreviventes pudessem dar o depoimento, mostrando o sofrimento que passaram, e ainda passam, após o massacre ocorrido em 09 de agosto de 1995, na fazenda Santa Elina.
Bastante emocionada, a trabalhadora rural Rosimeire Rosa Gatti, de 36 anos, moradora da cidade Cerejeiras, ainda lembra os momentos de tensão, dor e a agonia dos camponeses que foram executados há 18 anos em Rondônia. "Eu sobrevivi o massacre. Só quem estava lá sabe o que aconteceu de verdade. Os homens chegaram às três e meia da manhã, de 1995 no acampamento. Jogaram gás lacrimogênio, dispararam bala de borracha e foram incendiando tudo. As pessoas não sabiam o que fazer, era tiro para todos os lados”, contou.
Rosimeire lembrou que várias mulheres e pessoas que estavam no acampamento dentro da fazenda foram humilhadas. "Quando clareou o dia, eles pediram para a gente deitar no chão e começaram a correr por cima de cada um. Um dos policiais ligou a motosserra e cortou a cabeça de um trabalhador. Fiquei duas horas sendo usada como escudo, rendida, enquanto outras mulheres eram agredidas e xingadas. Os policiais mataram dois companheiros nosso, eles colocavam revólver no ouvido", lamenta a trabalhadora.
Segundo Rosimeire as famílias das vítimas querem indenização e respeito pelo sofrimento que passaram. "Nós queremos pelo menos que ajudem a gente, e as vítimas que ficaram com sequelas e que precisam de tratamento médico. Não queremos riqueza, só que façam um acordo com todos”, garantiu.
"Ficamos esquecidos e temos muitas coisas ainda hoje para resolver. A emoção é grande quando a gente ver esses vídeos da tragédia. Tem muito trabalhador sofrendo até hoje", disse José Ferreira da Rocha, 41 anos, sobrevivente do massacre da Santa Elina.
Já o sobrevivente José Carlos Maria Alves disse que tem sequelas na cabeça e na perna. “Não queremos ficar ricos, mas precisamos ter condições de tratamento. Queria que o governador olhasse por nós, porque na hora de pedir votos, eles lembram da gente. Não somos bichos, queremos ser tratados como seres humanos”, disse ao mostrar uma fotografia das condições em que ficou na época, no chão do hospital, após ser ferido no confronto, em 9 de agosto de 1995.
Em seu pronunciamento, Itamar Costa, um dos sobreviventes do massacre em Corumbiara, relatou o sofrimento que passou e lamenta que até hoje nenhuma autoridade tenha se manifestado sobre o caso. “Até hoje, ninguém quis saber como estamos. Os sobreviventes sofrem com sequelas e problemas psicológicos. Precisamos de ajuda, mas somos tratados com desprezo”, lamentou.
Em mais um relato, a sobrevivente Maria Aparecida Soares disse que a situação foi bem pior do que os relatos feitos pelos companheiros nesta tarde. Frisou que quem morreu foi para um lugar bem melhor, “nós que ficamos vivos estamos passando por um processo de tortura. A cada dia um novo sofrimento”. Ela pediu ao governador Confúcio Moura (PMDB) atenção especial neste caso. “Olhe com carinho, com o coração de uma mãe que olha para seus filhos. Queremos que a justiça seja feita. Apesar de que tudo isso que sentimos não vai passar nunca”, encerrou.
Edson Soares de Lima, vítima do massacre, relatou que tinha apenas 17 anos e que seu único objetivo era adquirir um pedaço de terra, porém a polícia tirou e o manteve preso por 24 horas, sob tortura. “Soube hoje que o Governo não pagou porque não há uma lei para isso. Porque os senhores deputados não fazem um orçamento, criam uma lei e votam favoráveis?” questionou.
Em resposta o deputado Hermínio Coelho disse que “infelizmente o Legislativo não tem esse poder, já que se trata da verba do Governo. A iniciativa deve partir do Executivo, o único poder do Parlamento é aprovar o projeto”, assegurou.
Leoclides dos Santos agradeceu os deputados, a Fetagro e a CUT por este momento, para evitar que o massacre caia no esquecimento. “Fomos levados para Colorado como bandidos, em cima de um caminhão com feridos e pedimos que os levassem para o hospital e morreram por falta de atendimento. Se o governador tiver coração, que olhe por nós, porque ele prometeu nos ajudar e até agora nada”, relatou.
Parlamentares e lideranças cobram fim do impasse

O proponente da audiência, deputado Cláudio Carvalho, disse que até o momento essas vítimas não tiveram nenhum reparo. “Rondônia tem uma dívida com o massacre de Corumbiara. Desde que fiz este alerta passei a ser perseguido, dizendo até que sou ligado ao narcotráfico, sendo que nunca fumei um cigarro sequer. Me aconselharam para eu ficar quieto, mas não vou me calar, nem se for preciso perder o mandato. A resposta ao massacre tem sido o silêncio e a ausência”, frisou.
Ele disse que existem duas legislações sobre a indenização do massacre: a Lei nº 786/98 que autoriza o Poder Executivo a conceder pensão aos herdeiros de dois salários mínimos por vítima fatal ocorrida na Fazenda Santa Elina.  Esta Lei foi alterada, 10 anos depois, pela Lei nº 1.866 que alterou o artigo 1º reduzindo a pensão dos herdeiros para um salario mínimo. “Querem que essas leis fiquem no esquecimento”, criticou.
Carvalho falou ainda que recebeu um documento onde consta o relato do trâmite de ações na justiça que se é questionada a prescrição dessas ações, mas os autores sustentam que com base no Código Civil e na Constituição Federal tal prescrição será limitar o direito à vida. “Esta audiência pública visa fazer com que o esforço da Assembleia Legislativa, Fetagro, sindicatos, igrejas e vítimas possa sensibilizar o Governo para que essas indenizações sejam pagas”, finalizou seu discurso convidando todos os presentes para de pé, clamar por justiça.
Representante das vítimas, Felipe Sviderski, também um dos sobreviventes do massacre, fez um pronunciamento emocionado, afirmando que um dia antes ao massacre, as autoridades foram até o local e abriram negociação com os trabalhadores, que no dia seguinte foram surpreendidos com a ação policial.
“Por isso estou aqui para pedir das autoridades que seja criada uma lei para amparar as vítimas, pois tenho certeza que todos aqui nesta Casa irão aprovar”, ressaltou.
"O fato que ocorreu há 18 anos é uma vergonha. É um massacre que manchou nosso Brasil. Vem gente de fora, pesquisadores, jornalistas para fazer análise da situação, mas do Estado ninguém aparece para ajudar. Cadê a base do Governo na Assembleia para ouvir as vitimas nessa Audiência Pública? São fatos tristes. O mínimo que o Estado pode fazer é dar condições de vida para essas vítimas", protestou o vereador Valdinei Antônio Coelho.
O defensor público Hélio Vicente de Matos colocou a Defensoria Pública de Rondônia à disposição de todos os sobreviventes de Corumbiara. Assegurou que a Defensoria poderá impetrar mandados de segurança para obter medicamento, inclusive tratamento psicólogo. “Estamos prontos para mover as ações necessárias para o SUS atender a todos os sobreviventes de Corumbiara. O STJ já pacificou esse tipo de ação e estamos à disposição para lutar e atender aos senhores”, completou.
Nos depoimentos, a cobrança de uma solução para o caso que se arrasta há anos e o relato do sofrimento das vítimas, que convivem até hoje com o medo, com problemas físicos e psicológicos decorrentes do massacre. Das autoridades, os trabalhadores receberam o compromisso de, numa ação em conjunto, cobrarem do Estado que cumpra a sua parte e faça justiça a quem foi atingido pela desastrosa ação policial.

ALE/RO - DECOM

FOTOS


Fonte: Indenização às vítimas do massacre de Corumbiara discutida em audiência pública na Assembleia Legislativa — Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia Acesso em: http://www.alerondonia.kinghost.net/agencia-de-noticias/news/indenizacao-as-vitimas-do-massacre-de-corumbiara-discutida-em-audiencia-publica-na-assembleia-legislativa 

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terça-feira, 20 de agosto de 2013

NELINHO MAIS UM MÁRTIR DE CORUMBIARA

Manoel Ribeiro, o grande Nelinho, nasceu no dia 11 de fevereiro de 1965 em Ferruginha,
município de Conselheiro Pena-MG, recém nascido mudou com a família para o estado do Paraná precisamente para cidade de Assis Chateaubriand-PR. Começou a trabalhar muito cedo na roça, em seguida em uma farmácia. Em janeiro de 1981 já na adolescência mudou com a família para Colorado do Oeste em Rondônia e trabalhou por dois anos na farmácia do popular Jô Sato já começando a angariar simpatia da população pelo seu carisma e pela forma com a qual atendia a todos sempre com muita cordialidade e um sorriso no rosto. 
Ainda menor, em meados de 1982 foi convidado para trabalhar na agência do Bradesco em Colorado, atuando diretamente com os colonos principalmente na pasta da carteira agrícola onde conquistou credibilidade e muita confiança. Tinha participação ativa no meio esportivo e no Grupo de Jovens de Colorado. Sua liderança junto aos seus colegas de trabalho ganhava forças. O início da década de 80 em nosso país foi marcante e passava por uma grande transformação social, era a plena ditadura e o povo clamava por mudanças e exigia a democracia, más a repressão era vertente. Esse período ainda era crucial e negro para a luta dos trabalhadores e o setor bancário não era diferente.
A formação do Sindicato dos Bancários em Rondônia foi a chave para que Nelinho se tornasse a liderança máxima da categoria no Cone Sul. Nesse período ingressou no Partido dos Trabalhadores de Colorado do Oeste, já fazendo parte do Diretório Municipal e ampliando seu peso de liderança. Porém, como a luta de esquerda naquele período era tido como subversiva e seus líderes eram implacavelmente perseguidos, mesmo com a queda do militarismo em 1985, e pelo fato do Nelinho ter liderado as grandes greves e inquietando seus superiores pela dita subversão, em 1986 Nelinho foi sumariamente demitido da agência do Bradesco. Montou um pequeno bar em Colorado onde era muito frequentado pelos amigos, mas, esse não era seu dom, preferiu ir pra roça e trabalhar com os pais no então Distrito de Nova Esperança, hoje Corumbiara.
Recomeçava aí uma nova luta, começando pelo Grupo de Jovens da igreja católica, em 1987 aliou-se ao movimento dos professores da Escola São Roque onde o embate com o poder local era fervilhante. Em 1988 começa a sua jornada em busca de um cargo político. Concorreu a uma vaga de vereador representando o Distrito de Nova Esperança e por apenas dois votos não foi eleito, mas, marcou terreno, ficou primeiro suplente.
Liderou as eleições de 1989 onde houve a disputa entre Lula/Collor onde mesmo com a derrota nacional em Nova Esperança Lula saiu vencedor, Nelinho ganhou mais pontos. Veio a emancipação de Nova Esperança em 1992 a qual se passou a chamar-se Corumbiara em homenagem ao rio que corta o município, fundou o PT em Corumbiara e com isso a eleição para a escolha do novo prefeito do recém-criado município.
O PT, em uma aliança com o PDT, lançou o comerciante Daniel Alencar com o vice do PT João Cacau. Nelinho concorreu a vereador e desta vez foi eleito, o único do PT de Corumbiara. Na câmara era basicamente o único que contestava os desmandos e abusos cometidos pela administração municipal da época e pela subserviência dos demais vereadores.
Em 1993 fundou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais juntamente com outros companheiros de luta composta por lideranças dos assentamentos Adriana, Vitória da União e Verde Seringal, que a partir daí esse sindicato tornou-se referência e um dos mais combativos do Estado de Rondônia, passando a somar forças e contribuir com a participação popular nas ações políticas na Câmara Municipal. O sindicato dos trabalhadores rurais, em sua base, enraizada com mais de 60 lideranças distribuídas através das comissões de linha, já em 1995 mobilizou-se para a ocupação da chamada Fazenda Santa Elina onde envolveu mais de 600 famílias, totalizando uma média de duas mil pessoas.
A partir daí entra o período de agonia. A ocupação em 15 de julho, em seguida a resistência e o massacre, ocorrido no dia 09 de agosto de 1995 pelas forças policiais do Estado e por jagunços. Pelos fatores de ter apoiado os sem-terra associado aos embates travados na Câmara Municipal, o vereador Nelinho entrou no rol dos marcados para morrer. Comentava-se que a cabeça de um líder de Santa Elina equivalia de vinte a trinta mil reais.
O assassinato de Nelinho era eminente, questão de dias. Na noite do dia 16 de dezembro de 1995 aconteceu o inevitável, uma tocaia covarde, vários tiros na noite, Nelinho de peito aberto, foi alvejado covardemente, tombou, mas não renegou seu legado de defender os mais humildes. Registrou na história de Corumbiara o exemplo de um guerreiro que não tinha medo da morte.

Fonte: Tirado do Facebook de João Ribeiro da Cidade de Corumbiara –
Autor do texto: JOÃO RIBEIRO DE AMORIM - Irmão de Nelinho
Vereador 2001/2004 – 2005/2008 – Vice-Prefeito 2009/2013

terça-feira, 13 de agosto de 2013

18 ANOS DO MASSACRE DE CORUMBIARA

Missa em Corumbiara pelas vítimas do Massacre



Transformado em feriado municipal de Corumbiara, nesta sexta feira, dia 09 de Agosto, celebrou-se uma missa Na Igreja Matriz, às 09:00 horas da manhã em memória das vítimas. Para o dia 29 de agosto de 2013 está planejada audiência pública na Câmara Legislativa para tratar sobre as indenizações às vítimas do Massacre

Massacre de Corumbiara: Fotografia divulgada por João Ribeiro.

Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, para tratar sobre as indenizações das vítimas de Corumbiara será realizada o dia 29 de agosto, em virtude da realização de mais uma edição do “Grito da Terra”, que será nos dias 27 e 28 do mês de agosto.
A audiência pública para tratar sobre as indenizações das vitimas do “massacre de Corumbiara”, ocorrido em agosto de 1995, foi solicitação do presidente da Câmara Municipal de Corumbiara, vereador Nenzinho (PT), que destacou a importância de realizar esse momento de debate e encaminhamentos sobre a situação em que ainda vivem as vítimas do massacre, por acreditar que a retomada da discussão com os poderes, entidades e sociedade pode gerar medidas e ações que assistam às vítimas.


Maiores informações acesse: INSTITUTO ADELINO RAMOS(INFCAR): Ato relembra 18 anos do massacre de Corumbiara Vergonha Para O Brasil,RAUPP Governador da Epoca Hoje senador e nem ai com os Camponeses 
Em: http://institutonacionaladelinoramos.blogspot.com.br/2013/08/ato-relembra-18-anos-do-massacre-de.html

domingo, 11 de agosto de 2013

ATO RELEMBRA 18 ANOS DO MASSACRE DE CORUMBIARA

CORUMBIARA

Ato em 9 de agosto de 2013 relembra 18 anos do massacre de Corumbiara, que deixou doze mortos, por José Francisco Neto da Radioagência NP.


Na quinta-feira (8), um ato público no auditório da Universidade Federal de Rondônia (Unir/Centro) para relembrou os 18 anos do massacre de Corumbiara, ocorrido em 9 de agosto de 1995, na fazenda Santa Elina (RO). À época, doze camponeses foram assassinados, entre eles uma criança de apenas sete anos. Até hoje, ninguém foi punido.

Naquela madrugada, descumprindo o acordo que previa a desocupação da área, a Polícia Militar, o Comando de Operações Especiais (COE) e os pistoleiros iniciaram uma operação de cerco e extermínio. As famílias resistiram com espingardas, foices e facões.

Ainda hoje, mais de 200 camponeses convivem com sequelas de torturas e maus tratos. Após quase duas décadas, nenhuma família recebeu indenização do Estado.

O ato foi encerrado com uma manifestação pelas ruas de Porto Velho, em denúncia à criminalização da luta pela terra por parte do governo federal, da Ouvidoria Agrária Nacional e do governo do estado.

Outras denúncias referem-se à falta de indenização para as vítimas do conflito de Corumbiara. Já o Incra é acusado de inoperância na regularização de milhares de posses de camponeses em Rondônia.


Poderá ler também:

ATO LEMBRA MASSACRE EM CORUMBIARA em 08/08/13
A questão agrária no Brasil é algo pendente na história de nosso país. A repressão em 1995 em Corumbiara e 1996 em Eldorado dos Carajás só impulsionou novas tomadas de terra. Os camponeses afirmam que vão continuar ocupando terras e defendendo suas posses e acusam o Governo Dilma, o INCRA, e a Ouvidoria Agrária Nacional como responsáveis por eventuais conflitos agrários com mortes, como o ocorrido em 1995 em Corumbiara.
Autor: Moclate movimento classista