domingo, 25 de julho de 2010

Parte intercalada do livro O Mundo segundo a Monsanto

Parte intercalada do livro O Mundo segundo a Monsanto. 19/07/2010. Fonte: Agência REBIA de notícias-RJ. fragmentos ´Presente em 46 países, a Monsanto ...
www.cib.org.br/midia.php?ID=55718&data=20100719

Presente em 46 países, a Monsanto tornou-se líder mundial dos transgênicos, mas também uma das empresas mais controvérsias da história industrial com produtos como PCB (piraleno), herbicidas devastadores (como o agente laranja utilizado durante a Guerra do Vietnã) ou o hormônio do crescimento bovino (proibido na Europa), são partes inquietantes - junto com os dados abaixo - dos trabalhos jornalísticos investigativos de Marte-Monique Robin, em seu livro: ´O Mundo Segundo a Monsanto´. ´Desde sua criação, em 1901, ela vem acumulando processos em razão da toxidade de seus produtos, embora apresente-se hoje como uma empresa das “ciências da vida”, convertida às virtudes do desenvolvimento sustentável. Comercializando sementes transgênicas, a Monsanto pretende ampliar os limites dos ecossistemas para o bem da humanidade. Qual é seu real interesse? Quais são os objetivos dessa empresa que, depois de negligenciar por muito tempo os impactos ecológicos e humanos de suas atividades, de repente se interessa pelo problema da fome no mundo a ponto de assumir ares de organização humanitária? Apoiando-se em documentos inéditos, testemunhos de vítimas, de cientistas e de políticos o livro de Marie-Monique reconstitui a gênese de um império industrial que, por meio de uma enorme quantidade de relatórios mentirosos, concluídos com o governo norte-americano, pressões e tentativas de corrupção, se tornou a principal produtora de sementes do mundo. O livro revela, ainda, o papel desempenhado pela Monsanto na formidável manobra que permitiu a expansão das culturas transgênicas em escala planetária sem nenhum controle sério dos seus efeitos sobre a natureza e saúde humana´. 100 milhões de hectares de Organismos Geneticamente Modificados (OGM): Estados Unidos (54,6 milhões), Argentina (18 milhões), Brasil (11,5 milhões), Canadá (7,1 milhões), Índia (3,8 milhões), China (3,5 milhões), Paraguai (2 milhões), África (1,4 milhões). 500 mil páginas de documentos secretos: de acordo com um jurista da sociedade, uma “montanha de documentos” havia sido guardada em uma biblioteca de uma empresa que prestava consultoria à Monsanto, em Nova York. Eram 500 mil páginas que, como que por acaso, desapareceram dos escritórios de St. Louis. O advogado Donald Stewart, que movia céus e terra para colocar as mãos em documentos da empresa de St.Louis, que provaria que ela estava ciente da toxicidade dos PCBs, pediu para consultar os documentos, mas lhe responderam que estes eram inacessíveis porque estavam protegidos por aquilo que nos Estados Unidos é chamado de Work product doctrine (doutrina do produto do trabalho do advogado): instituída em 1947, essa especificidade do direito civil norte-americano permite que um advogado coloque sob embargo documentos até a abertura do processo, para evitar fornecer munição à parte adversária. Stewart dirigiu-se, então, ao juiz Joel Laird, do tribunal de Calhoun Country que instruiu a disputa ´Abernathy vs. Monsanto´; em uma decisão capital, este ordenou que a Monsanto abrisse seus arquivos internos. A Monsanto sabia e não disse nada A ´montanha de documentos´ está disponível há algum tempo no site do Environmental Working Group, uma organização não governamental especializada na proteção do meio ambiente e dirigida por Ken Cook, que me recebeu em julho de 2006, em seu escritório de Washington. Antes de encontrá-lo, mergulhei literalmente, noites inteiras, nessa massa de memorandos, cartas e relatórios redigidos durante décadas por representanates da empresa de St. Louis, com uma meticulosidade e uma frieza kafkianas. À bem da verdade, há algo que nunca entendi direito e que sempre me incomodou durante toda a investigação: como seres humanos como eu podem, conscientemente, correr risco de envenenar os clientes e o meio ambiente, sem pensar um instante sequer que eles mesmos, os seus filhos, podem ser vítimas da sua negligência (para empregar um termo comedido)? Não falo de ética nem de moral, conceitos abstratos e estranhos à lógica capitalista. Penso simplesmente no instinto? ´Uma empresa como a Monsanto é um mundo à parte´, me explica Ken Cook, que confessou ter se inquietado com as mesmas questões. ´A busca do lucro a qualquer preço anestesia os espíritos na direção de um único objetivo: ganhar dinheiro.´ E exibiu um documento que, para ele, resumiu sozinho esse modo de funcionamento. Intitulado ´Pollution Letter´, era datado de 16 de fevereiro de 1970. Ridigido por um certo N.Y.Johnson, que trabalhava na sede de st. Louis, esse memorando interno era endereçado aos vendedores da empresa para lhes explicar como responder a seus clientes, alertados pelas primeiras informações públicas sobre a periculosidade potencial dos PCBs: ´Vocês encontrarão anexa uma lista de perguntas e respostas que podem ser feitas pelos clientes que receberão a nossa carta a respeito do Aroclor e dos PCBs. Vocês podem responder oralmente, mas nunca respondam por escrito. Não podemos nos dar ao luxo de perder nem sequer um dólar em nossos negócios´. É absolutamente espantoso constatar que a Monsanto sabia que os PCBs representavam um grave risco à saúde, em 1937.
Mas a empresa agia como se não houvesse nada de errado, até a proibição definitiva dos produtos em 1997, data de fechamento da sua fábrica em Krummrich, na cidade de Sanget, no Estado de Illinois (o segundo local de produção de PCBs da Monsanto, situado no subúrbio a leste de St.Louis). Como as multinacionais controlam a comida no mundo. Por meio do diálogo com muitas pessoas, a Monsanto tomou consciência de que a agricultura transgênica levanta questões morais e éticas que vão além da ciência. Essas questões incluem a liberdade de escolha, a democracia, a globalização, quem possui tecnologia e quem se beneficia dela.´Monsanto, The Pledge 2005, p.32. O único objetivo da segunda revolução verde é aumentar os lucros da Monsanto´ ´Não digo que a revolução verde não tenha começado com boas intenções, a saber, aumentar a produção alimentar nos países do terceiro mundo´, me explicou Vandana Shiva, ´mas os efeitos perversos do modelo agrícola industrial que a sustenta tiveram consequências ambientais e sociais dramáticas, em particular para os pequenos camponeses.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Assistam a este vídeo!!!

Vídeo postado e editado por mim em meu canal do YouTube, que agora também coloco a disposição em meu Bloger. Música garotos podres!!!

Sátira mostrando que não tivemos sorte com Fernandos em nosso País...







Abaixo segue a letra da música...

Fernandinho Viadinho
Garotos Podres


Quando ele era pequeno,
Era o maior bicha
Do colégio interno,
Mas quando ele cresceu
Resolveu tomar a linha!
Aprendendo karatê,
Pra bater nas menininhas!

Fernandinho Viadinho!

Das festas de embalo
Do baixo Leblon
As orgias em Brasília
Agora só passa a mão
Na poupança das velhinhas!

Eu ando a pé,
Ele de jet-ski
Ele se diz
Um cidadão respeitável,
Até se casou
Com uma boneca inflável

Esta é uma história fictícia,
Qualquer semelhança
Com pessoas vivas ou mortas,
É mera coincidência
Espero que pra ninguém,
Vista a carapuça

Minha gente, não me deixem só,
Eu sei que vocês me amam,
Eu sei que tenho aquilo roxo!
Minha gente não chafurdem na lama
Não sejam impatrióticos
Minha gente não me deixem só!

A natureza política do caos na campanha de Serra!

Saiu no portal do Vermelho.org.br - em 3 de Julho de 2010 - 12h27 - no sítio http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=132629&id_secao=1 a seguinte notícia...

Do jeito que a coisa vai, a candidatura de José Serra (PSDB) à presidência da República não precisa de adversários. O fogo amigo, as indecisões e trapalhadas que se avolumaram nos últimos dias estão atingindo a fronteira do surreal. O episódio da escolha do vice na chapa de Serra já ingressou nas páginas do anedotário da política nacional.

Editorial da Carta Maior

Quem achava que já tinha visto tudo com as reações iradas de aliados de Serra contra a escolha de Álvaro Dias (PSDB-PR) deve ter ficado sem ar nesta quarta-feira com o anúncio de que o deputado paranaense não seria mais o candidato a vice, mas sim o deputado Índio da Costa (DEM-RJ). Quem? – foi uma pergunta muito repetida logo após o anúncio do nome. Logo começaram a surgir informações sobre o vice de Serra.

E, nova surpresa, as mais duras críticas vieram da vereadora Andréa Gouvêa Vieira (PSDB-RJ), que detonou a indicação do deputado do DEM para a chapa presidencial de Serra. Ex-colega de Índio da Costa na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Andréa Gouvêa resumiu: escolheram um “ficha suja” para ser vice de Serra.

A vereadora foi relatora de uma CPI na Câmara do Rio que investigou irregularidades nos contratos de merenda escolar na cidade na época em que Índio ocupou a Secretaria de Administração (2001-2006). No relatório da CPI, Andréa Gouvêa apontou indícios de formação de cartel e de direcionamento de licitação e pediu a quebra do sigilo fiscal dos envolvidos ao Ministério Público Estadual. “O que eu penso do candidato Índio da Costa está refletido neste relatório da CPI. Houve direcionamento no resultado da merenda escolar. A conduta dele não é uma conduta de Ficha Limpa”.

Mas os problemas envolvendo a composição da chapa de José Serra não se resumem à biografia política do deputado Índio da Costa. A lambança ocorrida nos últimos dias foi mais um capítulo na acidentada trajetória do candidato que afirma ter se preparado a vida inteira para ser presidente da República.

A julgar pelos últimos acontecimentos envolvendo sua campanha, essa preparação parece estar repleta de lacunas. Não é só o fato de que Serra tenha declarado publicamente que desejava ter ao seu lado na chapa o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e, após uma indicação atropelada de Álvaro Dias, rechaçada pelo DEM, tenha se contentado com o nome de um deputado desconhecido no cenário nacional e contestado no cenário estadual do Rio.

A questão mais importante aqui não reside nos nomes, mas sim no método de escolha de um nome para o segundo cargo político mais importante do país e na qualidade da articulação política. E tanto o método quanto a qualidade da articulação foram marcados pela falta de preparo, pela truculência e pelo desrespeito aos próprios aliados. Essas não são exatamente virtudes de alguém que se preparou a vida inteira para a presidência da República.

É sintomático que algumas das declarações mais duras dirigidas ao ex-governador paulista tenham partido de aliados seus. “O poder do Serra de desorganizar as coisas é fora do comum. O Álvaro Dias não acrescenta nada e desagrega muito”, escreveu o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) no twitter, logo após ter ficado sabendo, pela imprensa, da indicação de Dias para ser vice de Serra.

“O DEM não poderia saber da indicação do vice pela imprensa. Que tipo de parceria é esta?”, acrescentou o deputado Felipe Maia (DEM-RN). Fiel ao seu estilo,o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, respondeu, também pelo twitter: “O DEM é uma merda”. Em meio a esse tiroteio, a campanha de Serra sofreu outro revés.

No dia 30 de junho, o Partido Social Cristão (PSC) rompeu o acordo que havi feito com o PSDB e anunciou o apoio formal à candidatura da petista Dilma Rousseff á presidência da República. A direção do PSC apontou duas razões para a mudança: a posição da maioria dos deputados pró-Dilma e o fato de que o nome do partido ofertado para ser vice de Serra, o senador Mão Santa, sequer ter sido levado em consideração pelo candidato.

A truculência apontada pelos próprios aliados do PSDB na condução da campanha de Serra talvez não seja meramente um traço de personalidade individual e/ou institucional. A fulanização e a cultura do espetáculo e da fofoca que caracterizam boa parte da cobertura política na imprensa brasileira ocultam um fato que teima em ficar aparecendo: há algo chamado programa ou agenda política envolvido em uma campanha eleitoral.

No caso da eleição presidencial brasileira, há, em linhas gerais, dois projetos em disputa. O projeto do atual governo, que conta com mais de 75% de aprovação popular, segundo as últimas pesquisas. E o projeto da oposição capitaneada pelo PSDB que representa o retorno ao projeto implementado durante os dois governos FHC.

O desempenho presente do atual governo e as comparações com os números daquele período são amplamente desfavoráveis ao candidato Serra, razão pela qual ele procura fugir dessa recordação. Mas, ao fazer isso, o tucano e seus aliados ficam sem referência programática visível. Essa ausência ajuda a explicar um pouco o caos que marcou a campanha serrista nos últimos dias.

Não se trata exatamente de ausência de programa. Serra e o PSDB têm um programa político e ele pode ser visto na maneira como governam estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Serra e o PSDB têm uma visão de política externa e ela pode ser vista nas declarações do candidato contra o Mercosul, contra a Bolívia e em defesa da retomada da idéia da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) com os Estados Unidos.

O discurso do PSDB propondo o corte de gastos públicos também aponta para uma agenda que é aquela que vem sendo imposta agora pelo FMI a diversos países europeus. No entanto, diante do êxito das políticas do governo Lula, interna e externamente, não há espaço político para que Serra defenda essas idéias de claro e transparente. Essa é uma das causas políticas reais das incríveis dificuldades políticas da candidatura tucana. Falta espaço de debate político, sobra truculência e desencontro.

Esse cenário, obviamente, favorece a candidatura de Dilma Rousseff, que já ultrapassou Serra nas pesquisas e abriu uma vantagem de cinco pontos. A principal vantagem de Dilma, na verdade, é a existência de um programa ancorado em políticas que vem sendo implementadas (e aprovadas) pela população.

Do outro lado, o que Serra está oferecendo? Até aqui a promessa de que se preparou a vida inteira para ser presidente e uma sucessão de trapalhadas na condução da própria campanha. Considerando esse contexto, a candidatura Dilma parece ter dois potenciais adversários principais: a soberba, acreditar que a eleição já está ganha e passar a cometer erros em função disso; uma possível truculência do campo adversário que, diante deste quadro desfavorável e do desejo expresso do candidato (“Agora, trata-se, sobretudo, de vencer”, repete Serra), pode partir para o vale-tudo, deixando definitivamente a política de lado.

Fonte: Carta Maior...