segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Declaração da Assembleia dos Movimentos Sociais Fev-2011

Declaração da Assembleia dos Movimentos Sociais FSM Dacar, Senegal, 10 de fevereiro de 2011

Veja a íntegra da Declaração aprovada na assembleia:

Nós, reunidos na Assembleia de Movimentos Sociais, realizada em Dacar durante o Fórum Social Mundial 2001, afirmamos o aporte fundamental da África e de seus povos na construção da civilização humana. Juntos, os povos de todos os continentes enfrentamos lutas onde nos opomos com grande energia à dominação do capital, que se oculta detrás da promessa de progresso econômico do capitalismo e da aparente estabilidade política. A descolonização dos povos oprimidos é um grande desafio para os movimentos sociais do mundo inteiro.

Afirmamos nosso apoio e solidariedade ativa aos povos da Tunísia, do Egito e do mundo árabe que se levantam hoje para reivindicar uma real democracia e construir poder popular. Com suas lutas, eles apontam o caminho a outro mundo, livre da opressão e da exploração.

Reafirmamos enfaticamente nosso apoio aos povos da Costa do Marfim, da África e de todo o mundo em sua luta por uma democracia soberana e participativa. Defendemos o direito à autodeterminação de todos os povos.

No processo do FSM, a Assembleia de Movimentos Sociais é o espaço onde nos reunimos desde nossa diversidade para juntos construir agendas e lutas comuns contra o capitalismo, o patriarcado, o racismo e todo tipo de discriminação.

Em Dakar celebramos os 10 anos do primeiro FSM, realizado em 2001 em Porto Alegre, Brasil. Neste período temos construído uma história e um trabalho comum que permitiu alguns avanços, particularmente na América Latina onde conseguimos frear alianças neoliberais e concretizar alternativas para um desenvolvimento socialmente justo e respeitoso com a Mãe Terra.

Nestes 10 anos, vimos também a eclosão de uma crise sistêmica, expressa na crise alimentar, ambiental, financeira e econômica, que resultou no aumento das migrações e deslocamentos forçados, da exploração, do endividamento, das desigualdades sociais.

Denunciamos o desafio dos agentes do sistema (bancos, transnacionais, conglomerados midiáticos, instituições internacionais etc.) que, em busca do lucro máximo, mantêm com diversas caras sua política intervencionista através de guerras, ocupações militares, supostas missões de ajuda humanitária, criação de bases militares, assalto dos recursos naturais, a exploração dos povos, a manipulação ideológica. Denunciamos também a cooptação que estes agentes exercem através de financiamentos de setores sociais de seu interesse e suas práticas assistencialistas que geram dependência.

O capitalismo destrói a vida cotidiana das pessoas. Porém, a cada dia, nascem múltiplas lutas pela justiça social, para eliminar os efeitos deixados pelo colonialismo e para que todos e todas tenhamos uma qualidade de vida digna. Afirmamos que os povos não devemos seguir pagando por esta crise sistêmica e que não há saída para a crise dentro do sistema capitalista!

Reafirmando a necessidade de construir uma estratégia comum de luta contra o capitalismo, nós, movimentos sociais:

Lutamos contra as transnacionais porque sustentam o sistema capitalista, privatizam a vida, os serviços públicos, e os bens comuns, como a água, o ar, a terra, as sementes, e os recursos minerais. As transnacionais promovem as guerras através da contratação de empresas militares privadas e mercenários, e da produção de armamentos, reproduzem práticas extrativistas insustentáveis para a vida, tomam de assalto nossas terras e desenvolvem alimentos transgênicos que tiram dos povos o direito à alimentação e eliminam a biodiversidade.

Exigimos a soberania dos povos na definição de nosso modo de vida. Exigimos políticas que protejam as produções locais que dignifiquem as práticas no campo e conservem os valores ancestrais da vida. Denunciamos os tratados neoliberais de livre comércio e exigimos a livre circulação de seres humanos.

Seguimos nos mobilizando pelo cancelamento incondicional da dívida pública de todos os países do Sul. Denunciamos igualmente, nos países do Norte, a utilização da dívida pública para impor aos povos políticas injustas e antissociais.

Mobilizemo-nos massivamente durante as reuniões do G8 e do G20 para dizer não às políticas que nos tratam como mercadorias.

Lutamos pela justiça climática e pela soberania alimentar. O aquecimento global é resultado do sistema capitalista de produção, distribuição e consumo. As transnacionais, as instituições financeiras internacionais e governos a seu serviço não querem reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Denunciamos o “capitalismo verde” e rechaçamos as falsas soluções à crise climática como os agro combustíveis, os transgênicos e os mecanismos de mercado de carbono, como o REDD, que iludem as populações empobrecidas com o “progresso”, enquanto privatizam e mercantilizam os bosques e territórios onde viveram milhares de anos.

Defendemos a soberania alimentar e o acordo alcançado na Cúpula dos Povos Contra as Mudanças Climáticas e pelos Direitos da Mãe Terra, realizada em Cochabamba, onde verdadeiras alternativas à crise climática foram construídas com movimentos e organizações sociais e populares de todo o mundo.

Mobilizemos todas e todos, especialmente o continente africano, durante a COP-17 em Durban, África do Sul, e a Rio+20, em 2012, para reafirmar os direitos dos povos e da Mãe Terra e frear o ilegítimo acordo de Cancun.

Defendemos a agricultora camponesa que é uma solução real à crise alimentar e climática e significa também acesso à terra para quem nela vive e trabalha. Por isso chamamos a uma grande mobilização para frear a concentração de terras e apoiar as lutas camponesas locais.

Lutamos para banir a violência contra a mulher que é exercida com regularidade nos territórios ocupados militarmente, porém também contra a violência que sofrem as mulheres quando são criminalizadas por participar ativamente das lutas sociais. Lutamos contra a violência doméstica e sexual que é exercida sobre elas quando são consideradas como objetos ou mercadorias, quando a soberania sobre seus corpos e sua espiritualidade não é reconhecida. Lutamos contra o tráfico de mulheres e crianças.

Defendemos a diversidade sexual, o direito à autodeterminação do gênero, e lutamos contra a homofobia e a violência sexista.

Mobilizemo-nos, todos e todas, unidos, em todas as partes do mundo para banir a violência contra a mulher.

Lutamos pela paz e contra a guerra, o colonialismo, as ocupações e a militarização de nossos territórios. As potências imperialistas utilizam as bases militares para fomentar conflitos, controlar e saquear os recursos naturais, e promover iniciativas antidemocráticas como fizerem com o golpe de Estado em Honduras e com a ocupação militar em Haiti. Promovem guerras e conflitos como fazem no Afeganistão, Iraque, República Democrática do Congo e em vários outros países.

Intensifiquemos a luta contra a repressão dos povos e a criminalização do protesto e fortaleçamos ferramentas de solidariedade entre os povos como o movimento global de boicote, desinvestimentos e sanções contra Israel. Nossa luta se dirige também contra a OTAN e pela eliminação de todas as armas nucleares.

Cada uma destas lutas implica uma batalha de ideias, na que não poderemos avançar sem democratizar a comunicação. Afirmamos que é possível construir uma integração de outro tipo, a partir do povo e para os povos, com a participação fundamental dos jovens, mulheres, camponeses e povos originários.

A assembleia dos movimentos sociais convoca as forças e atores populares de todos os países a desenvolver duas ações de mobilização, coordenadas a nível mundial, para contribuir à emancipação e autodeterminação de nossos povos e para reforçar a luta contra o capitalismo.

Inspirados nas lutas do povo da Tunísia e do Egito, chamamos a que o 20 de março seja um dia mundial de solidariedade com o levante do povo árabe e africano que em suas conquistas contribuem às lutas de todos os povos: a resistência do povo palestino e saharauí, as mobilizações europeias, asiáticas e africanas contra a dívida e o ajuste estrutural e todos os processos de mudança que se constroem na América Latina.

Convocamos igualmente a um dia de ação global contra o capitalismo: o 12 de outubro, onde, de todas as maneiras possíveis, rechaçaremos este sistema que destrói tudo por onde passa.

Movimentos sociais de todo o mundo, avancemos até a unidade a nível mundial para derrotar o sistema capitalista!

Venceremos!

Fonte: http://www.ciranda.net/fsm-dacar-2011/article/movimentos-sociais-convocam-acoes

Movimentos sociais convocam ações mundiais

Movimentos sociais convocam ações mundiais

Cobertura compartilhada do Fórum Social Mundial em Dakar, Senegal, 6 a 11 de Fevereiro

sábado 12 de fevereiro de 2011, por Terezinha Vicente

Inspirados pelas lutas no norte da África – mencionadas em quase todas as falas – centenas de ativistas lotaram completamente o anfiteatro, para a assembleia dos Movimentos Sociais. Organizada pela Marcha Mundial de Mulheres, Via Campesina, CADTM, CERPAC, UNSAS, COMPA, ASC, CUT, entre outras, a assembleia, bem como o documento final, convoca atores e forças populares de todos os países a desenvolver ações de mobilização, coordenadas a nível mundial.

Estudantes da UCAD – Universidade Cheikh Anta Diop, que abrigou este FSM, manifestaram-se no início da assembleia, protestando contra a presença de marcas consagradas do capitalismo – Nestlé, Coca-Cola, etc - no espaço do Fórum. Para eles, o Fórum deveria preocupar-se em promover os produtos locais, bem como deveria ter maior participação de senegaleses, mas eles acham que o grande evento internacional não foi bem divulgado por aqui, e os estrangeiros estiveram em maioria.

Quem deve a quem?

Palmas, gritos e punhos cerrados espalharam-se pelo público de pé, com a apresentação do rapper “Matador”, um dos destaques dos muitos poetas e músicos locais e suas letras engajadas. Ele colocou fogo na plenária falando e cantando pela África independente, contra o presidente do Senegal, “refém do imperialismo”, contra alguns outros ditadores do continente e também contra Sarkozy. O auge foi quando o músico falou contra o pagamento da dívida externa, perguntando se o país tem algo a pagar. Non, no, não... o coro pegou geral.

Contra o capitalismo e o patriarcado, o racismo, o machismo e a homofobia, falou Miriam Nobre, coordenadora internacional da Marcha Mundial de Mulheres. Ela recordou o começo do processo do FSM, o enfrentamento à OIC, OMC, a luta contra a ocupação do Iraque, o crescimento da resistência. A realidade mudou, disse ela, com o encontro de várias organizações nestes últimos anos, que percebem ter mais coisas em comum do que parecia. E falou contra a criminalização dos movimentos sociais. “Devemos absorver a energia que vem da África do Norte, precisamos nos engajar em ações fortes e comuns”.

Pela Tunísia, falou Fathi Chamki, “contra a ditadura sangrenta que acaba de ser vencida”. Se a revolução começou na África do Norte, “o arsenal repressivo continua e precisamos desmontá-lo”. A proposta de documento final foi lida por Adele Safic, da Marcha Mundial do Congo. “Nossas lutas mostram o caminho a outro mundo possível”, disse ela, citando os avanços na América Latina em defesa da mãe Terra, e pediu por democracia participativa, pela autodeterminação dos povos, pelos bens comuns, por outra forma de produção e consumo, pela soberania alimentar, contra a violência a mulher, contra a homofobia, pela paz e contra a guerra.

Ações globais são convocadas

As falas seguiram com Blessing J. Karumbidza, pesquisador do Instituto de Direitos Econômicos e Sociais da África do Sul, o cubano Augusto Guerra, do Movipaz, Josie Riffaud, da Via Campesina, Sandra Quintela, do Brasil, e outros. Os movimentos sociais brasileiros estiveram bem representados, com fortes delegações da MMM e da CUT, especialmente.

Reafirmando a necessidade de construir uma estratégia comum de luta contra o capitalismo, o documento foi fartamente aplaudido e aprovado. “Cada uma destas lutas implica uma batalha de ideias, e nesta não podemos avançar sem a democratização da comunicação”. Por fim, a assembleia de movimentos sociais convoca as forças populares de todos os países a desenvolver grandes ações de mobilização, coordenadas a nível mundial.

20 de março – inspirados nas lutas dos povos da Tunísia e Egito, este dia será chamado como um dia mundial de solidariedade com a luta do povo árabe e africano, a resistência do povo palestino e saharaoui, as mobilizações europeias, asiáticas e africanas contra a dívida e em apoio aos processos de mudança que se constroem na América Latina.

12 de outubro – convocada uma ação global contra o capitalismo, onde cada local se manifestará de todas as maneiras possíveis contra esse sistema que destrói tudo por onde passa.

Veja a íntegra da Declaração aprovada na assembleia em:

http://www.ciranda.net/fsm-dacar-2011/article/movimentos-sociais-convocam-acoes

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A INCRÍVEL “COINCIDÊNCIA”

Em minha percepção, muitos partidos de esquerda começaram a ruir quando Roberto Freire criou o PPS e quase detonou com o PCB. Na época defendia o "socialismo renovado", que tinha como bases o que estava acontecendo na União Soviética.

Este "socialismo renovado" era a versão tupiniquim da então Perestroika (do russo: перестройка, literalmente reconstrução ou reestruturação), que era uma das políticas introduzidas na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas por Mikhail Gorbachev, em 1985.

A farsa: Gorbachev dizia que o sistema socialista, apesar de não precisar ser substituído, certamente necessitava de uma reforma, e isto seria levado a cabo pelo processo da Perestroika. Quando cito a farsa é porque estas ideias detonaram com a União Soviética... Na verdade suas ideias não passavam de um conluio que provavelmente teve a participação de Ronald Reagan, Margaret Hilda Thatcher e João Paulo II, para implantar o neoliberalismo em todo o Planeta.

A mídia nacional (PIG) por sua vez aproveitou, na época, a queda da URSS e praticamente ridicularizou todas as pessoas e Partidos que tinham como base o Comunismo e até mesmo o Socialismo. Chamando-os de “Arcaicos”, “Ultrapassados” e até mesmo de “Dinossauros”, conclamando: “o fim da guerra fria trará uma Nova Ordem Mundial”.

Por isto digo, e afirmo, temos que retornar as bases Partidárias e aos Estatutos originais que regem os Partidos de Esquerda, convoco, principalmente, a militância do PT e do PCdoB a participarem desta luta. Devemos retornar as bases de uma verdadeira reforma social com princípios no Marxismo-Leninismo. E tenho dito.

Abraços e Saudações Vermelhas!!!

Amigos, Companheiros e Camaradas!!!

A verdadeira revolução poderá ser iniciada na rede

A oportunidade de lançar uma ideia que eu já tinha tirada de comentários do Facebook – não necessariamente em ordem cronológica...

A verdadeira revolução social será iniciada pela rede, não só no Egito, Argélia, Tunísia, mas também em Nuestra América... Por isto há necessidade de criarmos a nossa própria rede urge...

Parece que não perceberam quem são os administradores destas redes sociais, que tem suas principais sedes nos EUA e seus criadores estão lá, apoiando muitas vezes a política deste país. Está na hora de nos reunirmos e criarmos a nossa própria rede social, de preferência com sede na América Latina. Tem até usuário se intitulando Webguerrillero utilizando um Blog administrado pelo Google.

Está mais que na hora de nos libertarmos. Também não me importo se o que estou escrevendo aqui vai ser censurado ou não, ou se o vão excluir o meu perfil por considerarem abuso, como tem feito com alguns... alguém tem que indicar e dar o alerta.

Urge a necessidade de criarmos uma Rede Social com sede na América Latina que tenha uma política voltada para a esquerda e que possa ser um caminho de discussão entre os simpatizantes do socialismo e do comunismo...

Quem tiver conhecimento suficiente em Linux até poderia ajudar como um dos criadores de uma nova e verdadeira rede social com interesses voltados principalmente para a América Latina - com a inclusão de alguns membros de partidos socialistas e comunista da Europa, principalmente do PCP e PCPE além da EsquerdaUnida da Galícia e da Federazione della Sinistra (Part. Comunista Italiano)... entre outros... Minha ideia seria a de criar uma nova rede social tipo Face - Orkut - Sônico - etc... Utilizando o Linux para podermos também nos livramos das amarras da Microsoft...

Problema que para isto é que emana certo tempo que nem todos têm, pois ou trabalham ou estudam ou fazem as duas coisas... mas a ideia foi lançada cabe a quem se interessar amadurece-la, para estudarmos as possibilidades...

As armas da revolução serão trocadas.... não há mais necessidade de balas de canhão, fuzil, metralhadora, a revolução se dará pela força da informação, pela força da conscientização, pela força da Web, por REVOLUCIOHACKERS que derrubarão sites e portais de governos inconvenientes e manipuladores, faremos a verdadeira (“re”)evolução social, a força jovem, mas não de idade e sim de ideias, do novo que irá derrubar as bases deste capitalismo arcaico que está enraizado em princípios que vem se eternizando desde os tempos do feudalismo...

América Latina, África e parte de Ásia não mais serão os vassalos, não mais se submeterão as vontades do Clube Bilderberg.

Utilizaremos o “re” de revolução no sentido de “re”-evoluir, ou seja, evoluir para melhor, e não o re, no sentido da marcha ré, que seria andar para trás...
A internet também é isto, trocas de informações talvez até o berço da verdadeira democracia, do verdadeiro socialismo ou comunismo, talvez até o embrião que concebe aquilo que ainda é utopia que dependendo de nós, de nossa força, de nossa conscientização poderá até ser um dia real...

Por isto urge há necessidade de criarmos uma rede social com sede na América Latina que tenha uma política voltada para o social e que também possa ser um caminho de discussão entre os simpatizantes do socialismo do comunismo e afins...

Abraços e Saudações Vermelhas!!!

Amigos, Companheiros e Camaradas!!!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

SEMANA DA ARTE MODERNA - FEVEREIRO DE 22

SEMANA DA ARTE MODERNA
FEVEREIRO DE 1922

A semana da Arte Moderna na verdade foi realizada entre os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922, tendo os seus principais acontecimentos nos dias 13, 15 e 17 daquele ano, conferências, recitais de música, declamações de poesia e exposição de quadros, realizados no Teatro Municipal de São Paulo, apresentam ao público as novas tendências das artes do país. Seus idealizadores rejeitam a arte do século XIX e as influências estrangeiras do passado. Defendem a assimilação das tendências estéticas internacionais para mesclá-las com a cultura nacional, originando uma arte vinculada à realidade brasileira.
Foi ela quem constituiu o marco inicial do modernismo no Brasil, mostrando-se afinada com a nova linguagem das correntes estéticas do começo do século. Esse movimento foi polêmico, pois rompeu com linhas artísticas, literárias e musicais existentes no Brasil que sofriam grande influência da Europa. As produções passaram a ter a alma e o espírito brasileiro autêntico, caracterizando fatos reais do país, sendo o seu ponto culminante a reflexão de toda essa ruptura entre o velho e o novo, o antigo e o moderno.

A corrosão da arte acadêmica brasileira era acompanhada pela intensificação das greves operárias contra a carestia, à fundação do Partido Comunista do Brasil, à criação da Coluna Prestes e o crescimento do Tenentismo, gestando-se com esses e outros fatos a Revolução de 30, numa tentativa de reestruturar a sociedade brasileira em busca de uma nova saída política.

Todos esses, e outros, fatores contribuíram inegavelmente para o triunfo da Revolução de outubro de 1930, mas também devemos observar que igualmente relevante, (tanto para o modernismo como para a Revolução) foi à queda da Bolsa de Nova York, em 1929, desestabilizando totalmente o preço do café brasileiro, que era o principal produto da balança de exportação, nessa mesma data. Tal fato atinge, profundamente, no Brasil, o grupo dirigente desestruturando as velhas oligarquias e abrindo espaço para o novo – as pessoas aclamavam por mudanças o que acabou por dar legitimidade à arte e à literatura modernas.
O principal veículo das ideias modernistas é a revista Klaxon, lançada em maio de 1922.
O grupo modernista que agitou os meios artísticos era composto de vários intelectuais do Rio de Janeiro e de São Paulo, como os escritores Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia; os pintores Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Vicente do Rêgo Monteiro; o escultor Victor Brecheret; e os músicos Villa-Lobos e Guiomar Novaes, entre outros. Famosos ou em busca de fama, a estética nova e as ideias de vanguarda que apresentaram dividiram o público e a crítica.
A semana de 22 foi aberta com a conferência “A Emoção Estética na Arte Moderna”, de Graça Aranha, que atacava o conservadorismo e o academicismo da arte brasileira. Seguida da execução de peças do maestro e compositor Villa-Lobos e a pianista Guiomar Novaes e a declamação do poema "Os Sapos" de Manuel Bandeira, que ridicularizava o Parnasianismo. Seguiram-se também leituras de poemas de Manuel Bandeira onde apresentou o seu ensaio “A Escrava que não Era Isaura” na escadaria do teatro.
A Semana de Arte Moderna provocou gritos e vaias aos modernistas, assustando a burguesia, as ideias trazidas pelos artistas e intelectuais não foram recebidas com tranquilidade. As ousadias dos modernistas inquietaram e irritaram muito o público. Todo esse clima marcou a ruptura com o tradicionalismo. A arte apresentada estava em consonância com os estilos de vanguarda, estabelecendo, definitivamente, o início do movimento modernista no Brasil.
A partir da Semana de 22 surgem vários grupos e movimentos, radicalizando ou opondo-se a seus princípios básicos. O escritor Oswald de Andrade e a artista plástica Tarsila do Amaral lançam em 1925 o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que enfatiza a necessidade de criar uma arte baseada nas características do povo brasileiro, com absorção crítica da modernidade europeia. Em 1928 levam ao extremo essas ideias com o Manifesto Antropofágico, que propõe "devorar" influências estrangeiras para impor o caráter brasileiro à arte e à literatura. Por outro caminho, mais conservador, segue o grupo da Anta, liderado pelo escritor Menotti del Picchia (1892-1988) e pelo poeta Cassiano Ricardo (1895-1974). Em um movimento chamado de verde-amarelismo, fecham-se às vanguardas europeias e aderem a ideias políticas que prenunciam o integralismo, versão brasileira do fascismo. A ação integralista brasileira defende a criação, no Brasil de um estado integral, ou seja, uma ditadura nacionalista, com um único partido no poder e tendo como seu principal líder Plínio Salgado.
Assim pode-se concluir que as duas primeiras décadas do século XX foram marcadas pela crise do capitalismo e o nascimento da democracia de massas. A revolução socialista ameaçou a burguesia e esta, tomou consciência deste risco. O progresso materializado, nas invenções do telégrafo, automóvel, lâmpada, cinema, avião e telefone, geraram uma euforia – consequência da revolução científica experimentada naquele momento – que influenciaram em muito os movimentos modernistas, no Brasil e no mundo.
Esta euforia, no entanto, durou pouco. A desconfiança nos sistemas políticos, sociais e filosóficos vigentes, levaram a sociedade a questionar os valores de seu tempo. Conhecido como os: "anos loucos", esse período é marcado, principalmente, pela ânsia de viver freneticamente, fruto da incerteza lançada pela guerra quanto à possibilidade de paz.
Consequências positivas houvera, como por exemplo: por um breve lapso de tempo, teve-se a impressão de que a meta de fortalecimento da democracia talvez tivesse sido atingida; a liberdade para as mulheres que foram emancipadas e ganharam o direito ao voto pelo menos em duas grandes nações. Porém de outro lado grande foi à desilusão – particularmente da classe média – quanto à postura cobiçosa dos políticos na definição do tratado de paz, traindo os princípios da causa internacional em prol dos objetivos nacionais.
No Brasil, a arte moderna ainda não foi estudada de forma completa e interdisciplinar, relacionando aspectos históricos, estéticos – caracterização dos materiais e técnicas – fazendo uso de recursos tecnológicos e computacionais – constituindo um amplo programa de pesquisa e documentação, com a possibilidade de acesso e uso cultural de um acervo artístico de valor inestimável e importância ímpar no panorama da arte brasileira.




MODERNISTAS

René Thiollier (1) Manuel Bandeira (2) Mário de Andrade (3) Manoel Vilaboin (4) Francesco Pettinati (5) Cândido Motta Filho (6) Paulo Prado (7) Não identificado (8) Graça Aranha (9) Afonso Schmidt (10) Goffredo da Silva Telles (11) Couto de Barros (12) Tácito de Almeida (13) Luís Aranha (14) Oswald de Andrade (15) Rubens Borba de Moraes (16)

Fonte: Arquivo Mário de Andrade do Instituto de Estudos Brasileiros – USP, reprodução, Cezar Coureiro, Arq. Rio Gráfica, Arq. Ed. Globo, Eduardo Queiroga, Arq. Ed. Globo.


REFERÊNCIAS

ARTE NO BRASIL. A revolução da arte moderna. São Paulo: Nova Cultural, n. 7, p. 193-220, 1986.
_____. A revolução da arte moderna (conclusão). São Paulo: Nova Cultural, n. 8, p. 221-248, 1986.
BANCO DE DADOS DA FOLHA ON LINE. Semana da arte moderna: o sarampo antropofágico. Disponível em: acesso em: 30 maio 2003.
CALABRIA, Carla P. B.; MARTINS, Raquel Valle. Arte, história & produção: arte ocidental. São Paulo: FTD, 1997. v. 2.
CUMMING, Robert. Para entender a arte. São Paulo: Ática, 1996.
MORAES, Eduardo Jardim. Estudos históricos. Rio de Janeiro: [s. n.], v. I, n. 2, 1988
NOSSO SÉCULO: Anos de crise e criação 2ª parte – 1910/1930. Abril, v. IV, 1985.
80 ANOS DO MODERNISMO: semana de arte moderna de 1922. Revista Época. Rio de Janeiro: Globo, 28 jan. 2002.
REVISTA ISTO É. Rio de Janeiro: Três, mar. 2003.

WEBSTER, M. Helena. (org.) Arte brasileira: 1913/1994. Porto Alegre: Rede arte escola, mar. 1998.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

El pueblo/The people/الشعب.wmv

As imagens e a música deste vídeo falam por si só sem a necessidade da interferência de um interlocutor...



EL PUEBLO QUIERE HACER CAER AL RÉGIMEN / THE PEOPLE WANT TO FALL TO THE REGIME / الشعب يُريد إسقاط النظام
EL PUEBLO QUIERE HACER CAER AL PRESIDENTE / THE PEOPLE WANT TO FALL TO THE PRESIDENT / الشعب يُريد إسقاط الرائيس
EL PUEBLO QUIERE JUZGAR AL PRESIDENTE / THE PEOPLE WANT TO JUDGE THE PRESIDENT / الشعب يُريد مُحاكمة الرائيس
EL PUEBLO QUIERE ARRANCAR AL PRESIDENTE / THE PEOPLE YOU WANT TO BOOT TO THE PRESIDENT/ الشعب يُريد خلع الرائيس