Altamiro Borges: Três sem terra são mortos em MG: Por Altamiro Borges
Três lideranças do Movimento de Libertação dos
Sem Terra (MLST) foram encontradas mortas no último sábado (24) na rodovia
estadual MGC-455, entre Uberlândia e Campo Florido, no Triângulo Mineiro.
Valdir Dias, de 39 anos, e Clestina Nunes, de 47, estavam no interior de um
carro, com tiros na cabeça. Já Nilton Silva, 51 anos, foi morto quando tentava
fugir da emboscada.
Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, uma
criança de cinco anos estava no veículo e presenciou a chacina. Mesmo em estado
de choque, ela descreveu a cena do crime. A PM ainda não sabe os motivos das
mortes, mas afirma já ter pistas sobre os assassinos. A mídia local divulga a informação
de que o crime decorreu de disputas entre os acampados da fazenda São José do
Cravo.
Apuração e punição dos criminosos
Já o MLST divulgou nota oficial afirmando que os
três dirigentes estaduais da organização foram assassinados pelo agronegócio da
região. Eles lideravam o acampamento dos sem terra na fazenda, que era
reivindicada pela Usina Vale do Tijuco. “A área foi objeto de audiência em 8 de
março de 2012, não havendo acordo entre as partes. Dezesseis dias depois, as
três lideranças que tinham uma expressiva atuação na luta pela terra na região
e eram coordenadoras do acampamento foram assassinadas”.
“Trata-se de mais um crime executado pelo tão
endeusado agronegócio, onde a vida e o direito de ir e vir não são respeitados.
A impunidade e a ausência do Estado de Direito na região vem causando o aumento
da violência e da tensão social”, afirma a nota da direção nacional do MLST.
Ela também alerta que outras duas lideranças do movimento “estão na lista de
morte”.
A nota ainda exige providências imediatas do
governo de Minas Gerais e da Polícia Federal. “Não podemos mais ficar chorando
a perda de pessoas. A obrigação do Estado é garantir o direito a vida de sua
população, independente de classe social, cor e raça... Exigimos a prisão
imediata dos fazendeiros, mentores intelectuais dos assassinatos, bem como dos
seus executores”.
Fonte:
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2012/03/tres-sem-terra-sao-mortos-em-mg.html?spref=bl
Sem-terramortos na MGC-455 são enterrados e autoridades chegam à cidade | Cidade eRegião | Correio de Uberlândia Online
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O velório de Valdir Dias foi em Uberlândia, mas o enterro foi em Fernandópolis |
Durante o velório de Valdir Dias, em Uberlândia,
o superintendente regional do Incra, Carlos Calazans, e o ouvidor agrário
nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, estiveram na cidade e
disseram que vão pedir a proteção do menor envolvido no crime, que pode ter
ligação com disputas de terra.
Segundo Calazans, se o triplo homicídio for
confirmado como sendo por conta do conflito agrário é o primeiro registrado com
tamanha gravidade na região. As vítimas eram ligadas ao Movimento de Libertação
dos Sem-Terra (MLST) e Milton e Clestina Nunes faziam parte da liderança do
movimento na região do Triângulo Mineiro.
Há aproximadamente 4 meses, as três vítimas
viviam em um acampamento a mais de 60 quilômetros de Uberlândia, na fazenda São
José dos Cravos, no município de Prata. “Estou surpreendido, pois recentemente
a Vara Agrária e o Incra visitaram aquela área e não fui procurado por ninguém
falando sobre ameaça ou perseguição”, afirmou Carlos Calazans.
Segundo ele, a hipótese de execução é a mais forte,
por isso uma força-tarefa será montada para a apuração do caso. O secretário de
Defesa Social, Rômulo Ferraz, é esperado amanhã em Uberlândia para que o plano
de investigação seja traçado.
Os corpos Milton Santos Nunes e Clestina Leonor
Sales Nunes foram levados por familiares para o sepultamento em Cachoeira
Dourada de Goiás, enquanto o de Valdir Dias Ferreira foi enterrado em
Fernandópolis, São Paulo.
Vítimas foram executadas com tiros na cabeça
Os três sem-terra foram mortos enquanto vinham para
Uberlândia, no final da manhã de sábado (24), depois que um homem em um carro
prata conseguiu com que o motorista, Valdir Dias Ferreira, 40 anos, parasse ao
lado de uma ponte sobre o rio Estiva, na MGC-455, próximo ao Distrito de
Miraporanga.
O autor executou o condutor e o casal Milton
Santos Nunes e Clestina Leonor Sales Nunes, 52 e 48 anos, com tiros na cabeça.
Um menino de 5 anos, neto do casal e sobrinho de Valdir Ferreira, foi poupado
pelo assassino.
Os tiros foram à queima-roupa, Milton Nunes foi o
único que teve chance de fugir, mas foi baleado a poucos metros do carro. A
hipótese de que seja uma execução é reforçada pelo fato de mais de R$ 1,6 mil
das vítimas terem sido deixados no local.
A criança foi levada pela Polícia Militar e pelo
Corpo de Bombeiros para o assentamento da fazenda São José dos Cravos, em
Prata, lugar onde há cerca de 80 famílias e que foi invadido há aproximadamente
4 meses. “Milton e Clestina falavam em nome dos assentados em Belo Horizonte e
Brasília. É preciso investigar isso, pois parece ser encomendado, não pode
ficar impune”, disse um dos líderes do MLST no Triângulo Mineiro, José
Francisco Moreira.
Fonte:
http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/sem-terra-mortos-na-mg-455-sao-enterrados-e-autoridades-chegam-a-cidade/#.T2_a_Kc4rVI.blogger
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Civil de Minas Gerais trabalha com a hipótese de as mortes de lideranças do
MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) –com ao menos dois deles com tiros
na cabeça–, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, terem ocorrido por conflito
interno entre os militantes do grupo..... O coordenador nacional do MLST em
Minas, Ismael Costa, classificou a ação como “uma verdadeira chacina” e disse
que o triplo homicídio aprofundou a sensação de insegurança no movimento.