segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

CHUPINGUÁIA RONDÔNIA SETE DESAPARECIDOS.


Posseiros do Agua Viva, em 2011. Foto Folha do Sul

Chupinguáia, Rondônia. 20 de fevereiro de 2012. Sete trabalhadores desaparecidos é o balanço provisório do confronto entre jagunços e policiais contra trabalhadores sem terra do Acampamento Água Viva, nas proximidades de Chupinguáia, Rondônia.
A reocupação da Fazenda Água Viva, resultou em conflito com os pistoleiros. No dia 19/02/2012 de manhã, aproximadamente 30 famílias ocuparam o lote 40 setor, 10 Gleba Corumbiara, no município de Chupinguaia. Os capangas fugiram e logo a noite as 2:00 da madrugada os acampados foram surpreendidos por um grupo de homens fortemente armados, juntamente com policiais militares atirando nos acampados, e até o momento estão desaparecidos sete trabalhadores rurais que estavam no local. No local teve já diversos confrontos violentos e continua marcando o Cone Sul do Estado como uma das áreas agrárias mais conflitivas do estado.

A Comissão Pastoral da Terra de Rondônia
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O capitalismo sobrevive às pessoas que o mantém através das Instituições criadas por este sistema, entenda-se por Instituições Multi e Transnacionais além dos Grandes Latifúndios do Agronegócio.
Parte do texto abaixo, escrito no Portal dos Movimentos Sociais, por Josep Iborra Plans, Zezinho da coordenação colegiada da CPT Rondônia, tenta explicar o que ocorre nesta região.

Do Portal do Movimentos Sociais Publicada em 15-09-2011 às 00h00:

O que está acontecendo na terra em Rondônia?


Em análises da situação fundiária do estado, a matéria reflete sobre a situação atual de ofensiva da violência agrária no estado de Rondônia. Não é fácil desenhar um panorama geral do que está acontecendo em Rondônia: As árvores não nos deixam ver o bosque! Depois do período da Ditadura Militar, duma certa colonização organizada da Amazônia, entramos num período no qual a iniciativa foi deixada nas mãos privadas. Durante anos temos visto que a política agrária em Rondônia tem sido aplicação concreta da doutrina neoliberal: Segundo a qual o governo devia deixar agir o "mercado" e a função da autoridade seria atrapalhar o menos possível. Resultado na prática: As grilagens de terras e a correria para se apossar da Amazônia, deixa aos mais poderosos e aos mais violentos a melhor parte. A lei do cão. E tudo parece indicar que a situação não mudou. As comunidades tradicionais ficaram no escanteio e resultaram as mais prejudicadas: muitos dos quilombolas, indígenas, seringueiros e ribeirinhos não tem titulado o território tradicional, onde nasceram e se criaram, onde alguns moraram por séculos. Somente nos movimentos organizados, a posse da terra por parte dos pequenos agricultores tinha alguma possibilidade. Daí a organização do MST e dos acampamentos de sem terra. Ou ocupar a floresta e converter-se em desbravadores da mata, sempre indo mais longe, enfrentando a malária, a falta de estradas, de escolas, de saúde... e destruindo o meio ambiente. O Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) ficou desmantelado de pessoal e de recursos, passando a realizar apenas a primeira parte de forma eficiente: A colonização da floresta e do bioma amazônico. Para isso a conexão com o IBAMA era essencial: Para grilar as terras precisava derrubar a mata, e depois o crime ambiental era premiado com o reconhecimento da posse da terra. Durante mais de quinze anos um amplo esquema funcionou em Rondônia neste sentido. A reforma agrária somente existia quando forçada pelos grupos de sem terra. Acima o governo parecia fazer o possível para que não desse certo: Em áreas remotas, sem comunicação, sem assistência técnica em terras, em morro, fazendo vista grossa venda de lotes, etc. Rondônia hoje é um estado ocupado pelo latifúndio. O resultado agora está saindo a tona: Segundo o cadastro do INCRA, três quartas partes da terra dedicada a agricultura de Rondônia está nas mãos dos grandes proprietários. A maior parte dela seria improdutiva, inclusive com os índices antiquados que ainda vigoram no Brasil.
Josep Iborra Plans, Zezinho da coordenação colegiada da CPT Rondônia

Portal do Movimentos Sociais Publicada em 15-09-2011 às 00h00
Confira o texto na Integra em:

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