KHADAFI TEM PROJETO!
por Clovis Pacheco
Esta é a segunda postagem que faço, no Blogger, sobre Khadafi, também escrito por Clovis Pacheco que mora em São Paulo Capital.
Escolhi não só este texto como também o anterior por considerar Clovis como um profundo conhecedor do assunto. Pois ele além de jornalista por profissão é Professor de História e Ciências Sociais por formação.
As informações trazidas a este texto veem dos tempos em que era jornalista de noticiário internacional e de tradutor da Agence France Presse, além de depoimentos de parentes idosos, sendo que em suas origens teve um trisavô paterno beduíno islâmico sunita de Homs, na Síria, e a sua trisavó, cristã ortodoxa do rito antioquino.
Há uma diferença entre Khadafi e os governantes árabes defenestrados do Egito, Hosni Mubarak, e da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, assim como com relação aos governantes contra quem vêm surgindo protestos que ainda não resultaram, como os casos do Bahrein, Jordânia e Arábia Saudita.
Quanto ao Khadafi, ele tem a seu favor o fato de possuir um programa, e não precisamos aceitar suas teses, para reconhecer que ele tem um projeto para a Líbia. E em grande parte o realizou, como expulsar as companhias petrolíferas, que sugavam o país, após derrubar o rei Idriss, que era senussita, membro de uma confraria das mais conservadoras e retrógradas, tanto que ninguém o defendeu, quando de sua derrubada. Khadafi criou o exército, tornando-o nacional, pois até então, não era mais que uma guarda pretoriana do rei. Elevou o padrão de vida, de modo que a Líbia passou dos 2 milhões de habitantes em 1970, o censo do tempo da derrubada do rei, para os atuais 7 milhões, pelo recuo da mortalidade infantil, hoje menor que 18 por mil crianças.
Desafiou os Estados Unidos, coisa que sempre pega muito bem em todo o Oriente árabe, com exceção da Arábia Saudita, e mesmo o povo saudita não gosta de gringos, só o rei e sua turma.
Daí ele haver conservado a lealdade da maioria dos militares, e de boa parte da população civil, e haver se sustentado até agora. Não deixa de ter legitimidade, em termos islâmicos.
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