terça-feira, 31 de janeiro de 2012

CABRAS MARCADOS PARA MORRER, E FUGINDO DA JUSTIÇA


Há um paralelo entre o filme Cabra Marcado para morrer de Eduardo Coutinho, o Massacre de Corumbiara, o assassinato de Adelino Ramos (Dinho), além de centenas de outros conflitos de terra que aconteceram e acontecem no Brasil. Sendo que, estes tem a mesma gênese de todos os outros massacres acontecidos contra camponeses neste país, e talvez fossem remediados com uma distribuição mais justa de terras e uma verdadeira Reforma Agrária.

Cabras marcados para morrer, e fugindo da JUSTIÇA

No documentário dirigido por Eduardo Coutinho, Cabra Marcado para Morrer, conta história das Ligas Camponesas de Galiléia e de Sapé além da vida de João Pedro Teixeira que era um líder camponês da Paraíba assassinado a mando de latifundiários de Pernambuco em 1962.
O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar.
Para saber mais sobre o filme leia em:


No caso de Corumbiara as vítimas passaram a ser réus, e os principais culpados, os mandantes fazendeiros e latifundiários foram absolvidos em um julgamento traçado por grandes controvérsias.
No dia 14 de julho de 1995, centenas de famílias ocuparam uma pequena parte da fazenda Santa Elina no município de Corumbiara (Rondônia), na madrugada do dia 9 de agosto aconteceu o massacre de Corumbiara. Os camponeses que viveram vinte e cinco dias de esperança da terra prometida, de repente, abismaram-se num inferno dantesco, onde homens foram executados sumariamente, mulheres foram usadas como escudos humanos por policiais e por jagunços; pessoas foram torturadas por longas horas e o acampamento foi destruído e incendiado.
Na apuração dos fatos, nos processos judiciais e no júri, ficou evidenciado que os camponeses é que pagaram muito caro por terem sonhado com o acesso a terra e por terem ido à luta para concretizar aquele sonho, que, afinal, é o sonho de milhares de sem terra. Ninguém foi responsabilizado pelas torturas que aquelas pessoas sofreram, os órfãos e as viúvas estão desamparados, existe gente desaparecida até hoje e muitos trabalhadores estão debilitados física e emocionalmente, por sequelas causadas pelos maus tratos recebidos durante a desocupação da fazenda Santa Elina.
Para saber mais leia em:


Leia também:
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Outras Notícias

17 de abril de 1996 - O Massacre de Eldorado dos Carajás
O país das chacinas de Carandiru (1992), Candelária (1993), Vigário Geral (1993), e Corumbiara (1995), viu-se diante de um novo massacre. Determinados a desobstruir a rodovia PA-150, que liga Belém ao sul do Pará, ocupada por um manifesto dos sem-terra em Eldorado dos Carajás, a 650 km da capital do estado, cerca de 150 policiais militares, liderados pelo coronel Pantoja de Oliveira, mataram 19 pessoas, em 20 minutos de ação.

NOTA PÚBLICA | Sobre o assassinato do líder camponês Adelino Ramos, na localidade de Vista Alegre do Abunã, em Rondônia.

CARTA ABERTA A SOCIEDADE E AUTORIDADES BRASILEIRA
Adelino Ramos foi assassinado; o seu algoz (ou matador) foi preso; depois foi liberado por estar preso há meses sem que houvesse algum procedimento legal..

IRMÃOS DO PISTOLEIRO QUE MATOU DINHO -OZIAS VICENTE Aterrorizam os familiares assentados do Curuqueté
Segundo informações, depois da morte de Ozias Vicente passado 15 de janeiro, os irmãos dele estariam ameaçando agora a todas as famílias em um assentamento. Já tinham sido ameaçadas pelo próprio Ozias Vicente as novas lideranças do PAF Curuqueté, (Labrea AM), perto de Vista Alegre do Abuná....

CPT denuncia ameaças a Ministra Maria do Rosário
A Coordenação Nacional da CPT (Comissão Pastoral da Terra) escreveu carta à Ministra Maria do Rosário, Ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Nela reporta à ministra denúncias de ameaças às lideranças e a todas as famílias do projeto de assentamento florestal Curuqueté (AM), e pede que a Secretaria de Direitos Humanos tome as devidas providências para garantir a segurança dos que sofrem as ameaças. As ameaças aumentaram depois da morte de Ozias Vicente, o suposto assassino de Adelino Ramos.
Leia na integra em:

Mais de 1600 assassinatos de lideranças ou militantes camponeses nos últimos 25 anos.
Em média, mais de um por semana.

Número de pessoas ameaçadas de morte registra aumento de 107% este ano, diz CPT em 13/12/2011
Brasília – Levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) indica que o número de pessoas ameaçadas de morte registrou aumento de 107% em 2011. Em 2010, 83 pessoas denunciaram estar sob risco, o número subiu para 172 no ano seguinte.
Os dados fazem parte do relatório Conflitos no Campo Brasil 2011 e se referem ao período de janeiro a setembro.

Quase 40 mil pessoas estão sob risco de pistoleiros na Amazônia em 17/12/11
MANAUS- Os crimes de pistolagem na Amazônia apresentaram avanço considerável no último ano. A violência é generalizada principalmente nos Estados do Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. As localidades apresentaram maiores índices de crimes praticados por “jagunços”, contratados por grandes proprietários de terra e madeireiros, para ameaçar trabalhadores rurais e ribeirinhos em áreas de conflitos e proteção ambiental. Em 2011, os nove Estados da Amazônia acumularam um total de 39.865 vítimas de crimes do tipo.
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Quilombola Marcado Para Morrer
Uma semana depois de denunciar que o poço da comunidade em que mora foi criminosamente envenenado, o Sr. José da Cruz, liderança quilombola de Salgado, Pirapemas-MA, denuncia que dois pistoleiros foram até o quilombo para matá-lo, seu José só escapou porque não estava em casa.
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Onze anos do assassinato de um lutador pela reforma agrária em 26/12/11
Leonardo Wexell Severo de Rondon do Pará (PA) 
“Os ninguém, os filhos de ninguém, os donos de nada”, como diria Eduardo Galeano, tomaram as ruas de Rondon do Pará, dia 26 de novembro, para honrar a memória de um igual, que “custou menos do que a bala que o matou”. No ato “Pela paz, por liberdade e justiça no campo”, manifestantes vindos de todo o Pará lembraram o exemplo de José Dutra da Costa (Dezinho), batalhador pela reforma agrária e pelos direitos dos trabalhadores assassinado há 11 anos, cujo crime se mantém impune.
“Dezinho acreditava e defendia uma forma de desenvolvimento contrária do que sempre se viu em Rondon. Queria ver as terras públicas repartidas entre as famílias de trabalhadores rurais sem terra para aumentar a produção, a circulação de produtos dos agricultores no mercado local, melhorar a renda e a qualidade de vida dos mais pobres”, lembra a presidenta do Sindicato local, Zudemir dos Santos de Jesus (Nicinha), mantida sob proteção policial.
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Estas são apenas algumas histórias das centenas de vítimas dos verdadeiros Cabras Marcadas para Morrer, neste país de chacinas como em Carandiru (1992), Candelária (1993), Vigário Geral (1993), e Corumbiara (1995), Eldorado dos Carajás (1996), entre tantos outros, sem contar com o mais recente em São José dos Campos (SP), conhecido como Massacre do Pinheirinho, que ainda vai dar muito “o que falar”, e entrar para mais este novo episódio da trágica história recente deste país.

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