Comissão Nacional da Verdade
Lançamento no Paraná
Entidades e partidos políticos
reuniram-se no dia 17 de janeiro de 2012, na sede da CUT/PR, para dar início ao
movimento em apoio às investigações da Comissão Nacional da Verdade, cuja
criação foi sancionada em novembro passado pela presidente Dilma Rousseff.
Estiveram presentes a CUT/PR,
APP-Sindicato, UFPR, UPE, UPES, UJS, Juventude do PT, CEBRAPAZ-PR, além do PT,
PCdoB e PMDB.
As principais deliberações da reunião
foram as seguintes:
-realizar
o lançamento oficial do movimento na semana de 27 de fevereiro a 4 de março, na
Universidade Federal do Paraná, espaço cedido pelo reitor Zaki Akel Sobrinho;
-intensificar
os contatos com partidos, entidades e universidades, visando à ampliação do
movimento;
-estabelecer
contato com o Ministério e a subcomissão da Câmara dos Deputados, tarefa
assumida pelo deputado federal João Arruda;
-estender
o movimento ao interior do Paraná, particularmente nos polos regionais;
-aproveitar
as atividades já programadas de partidos e entidades para discutir as ações do
movimento;
Foi consensual o entendimento de que o
movimento, embora se referenciando na Comissão Nacional da Verdade (cujos
membros devem ser indicados em breve pela presidente Dilma e cujos trabalhos
devem começar em seguida), mantém sua autonomia, como espaço da sociedade civil
comprometido com a apuração das violações dos direitos humanos.
Também houve acordo com relação à
necessidade de envolvimento de pesquisadores, historiadores e juristas, para
que o trabalho de investigação desses fatos resulte em comprovações
documentadas.
Histórico
A proposta da Comissão Nacional da
Verdade fazia parte do Plano Nacional dos Direitos Humanos, lançado no final do
governo Lula. Em 2011, já no governo Dilma, a proposta foi aprovada pela Câmara
dos Deputados e pelo Senado Federal. Em novembro, a Presidenta Dilma sancionou
a criação da CNV, bem como a Lei de Acesso às Informações, que garante a todo
cidadão o direito a conhecer documentos oficiais.
A CNV será composta de sete membros,
indicados pela presidente, de reconhecida idoneidade, competência e isenção. A
Comissão terá à sua disposição uma grande assessoria técnica, e contará com um
prazo de dois anos (prorrogável) para apresentar seu relatório.
O período a ser analisado, de acordo
com a lei aprovada, será o compreendido entre 1946 e 1985, embora, pela
importância histórica e política e até pela proximidade, seja natural que o
foco principal esteja nos anos da ditadura militar.
A Comissão terá amplo acesso às
informações, podendo requisitar documentos e convocar testemunhas, mas não terá
o poder de punição. Porém, nada impede que a sociedade civil (partidos,
entidades, familiares das vítimas) entrem com ações contra os responsáveis
pelas violações dos direitos humanos.
Em outras palavras, há uma Comissão
Nacional da Verdade institucional e há um movimento social. Ambos podem
caminhar juntos, mas sem estarem subordinados um ao outro.
Como prova disso, diversas iniciativas
ocorreram de novembro para cá. Na Paraíba, foi realizado um ato público de
lançamento do movimento já em
novembro. Em algumas assembléias legislativas, como a de São
Paulo, foram criadas comissões com o objetivo de promover o mesmo trabalho de
apuração de violação de direitos humanos. Na Câmara dos Deputados, uma subcomissão,
presidida pela deputada Luiza Erundina, terá a tarefa de acompanhar os
trabalhos da CNV.
É este o principal objetivo:
desencadear um amplo movimento social, que escreva a verdadeira história
recente do país.
Informação recebida via correio eletrônico de R. E. Salomão em 19/01/12 às 12h:36min.
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