MOÇÃO DE
REPÚDIO AO ASSASSINATO DE MILITANTES DO MST-PARANÁ
Comitê
Municipal do PCdoB-Curitiba
Por Paulo Adolfo Nitsche
A
Reforma Agrária continua na ordem do dia da nação brasileira. Desde a “Lei de
Terras”, decretada pelo Império brasileiro no meio do século 19 para impedir
que trabalhadores livres pudessem conquistar seu quinhão de terra para
produzir, o Brasil carrega essa chaga social que impede que trabalhadores
tenham acesso a esse meio de produção. Reforma Agrária tornou-se destacada
bandeira de luta dos setores progressistas desde o começo do século 20 e também
motivou, entre outras razões, a derrubada golpista do legítimo governo Goulart
pelos militares que instauraram uma ditadura de duas décadas, a partir de 1964,
para evitar reformas democráticas.
A
luta prossegue, tendo no MST seu principal bastião. Movimento fundado no estado
do Paraná nos anos 1980, os trabalhadores sem-terra dão exemplos de
organização, de combatividade e de capacidade de engajar brasileiros em
atividades produtivas e educativas em suas comunidades e acampamentos. Assim se
dava no acampamento Dom Tomás Balduíno, no município de Quedas do Iguaçu, oeste
do Paraná, cujos integrantes ocupavam terras que a empresa Araupel
impropriamente reivindica como suas. Esta empresa, aliás, acusada de grilar
terras da União, fez doações eleitorais ao governador tucano Beto Richa e ao
ex-presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni.
Nesta
quinta-feira, 7/4, jagunços da empresa Araupel e policiais militares a mando do
governador massacrador de professores, Beto Richa, emboscaram trabalhadores
sem-terra, executando dois deles - Vilmar Bordim, de 44 anos e Leomar Bhorbak,
de 25 -, além de ferir vários outros. O relato de tiros nas costas dos mortos
demonstra a característica de execução por parte da PM do tucano Richa.
Prestamente, a mídia amiga (Globo, Band, SBT) do governo estadual e da elite
reacionária corre para difundir a versão de que se tratou de um “confronto”,
que a PM apenas reagiu a suposto ataque inicial do MST, mas este sequer detinha
armamento para tanto. Mentiras vergonhosas nessa mídia parcial.
O
intento repressor e assassino é consentâneo com o clima de perseguição dos
movimentos sociais instalado pela elite burguesa reacionária do Paraná e do
país. Outros lutadores dos movimentos sociais estão sendo exterminados desde há
alguns meses, incluindo militantes do PCdoB e do PT. Isso conecta tais crimes à
intenção golpista da direita brasileira de derrubar uma presidenta honesta pela
via de um impeachment onde nenhum crime se prova, em meio a um clima de
protofascismo induzido pela mídia grande e por grupelhos direitistas
financiados por capital estrangeiro.
Por
isto, o PCdoB-Curitiba repudia com veemência mais este crime contra o MST,
exige a completa apuração e a punição dos assassinos, ao mesmo tempo que
denuncia o governador Beto Richa como complacente com tais barbaridades tal
como já o foi no massacre de professores em 29 de abril de 2015.
Curitiba, 9 de abril de 2016.
O Comitê Municipal do PCdoB-Curitiba.
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