A reeleição do partido de extrema-direita Likud (“Consolidação”), na terça-feira (17/3), em Israel, nos traz a urgência da intensificação da solidariedade ao povo palestino e à sua luta por libertação e paz. A radicalização do discurso racista do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é uma demonstração das suas reais intenções: perpetuar a ocupação criminosa da Palestina e o massacre do seu povo.
Por Socorro Gomes*
Em São Paulo, protestos massivos repudiaram o massacre dos palestinos durante
os bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza, em julho e agosto de 2014.
os bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza, em julho e agosto de 2014.
Desesperado pela perda de terreno para a chamada União Sionista, autoproclamada de centro-esquerda, mas ainda fiel ao ideal colonizador, Netanyahu afirmou abertamente que não pretende permitir o estabelecimento do Estado da Palestina. O discurso de defesa da ocupação como medida “securitária” de Israel não surpreendeu, mas desnudou por completo os obstáculos que o povo palestino ainda enfrentará na sua justa causa pela libertação e pela autodeterminação.
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As campanhas genocidas dos sucessivos regimes sionistas têm ficado mais expostas, com a ampliação das denúncias e o fortalecimento da solidariedade expressa por movimentos sociais do mundo inteiro ao povo palestino. A resposta do governo Netanyahu foi o recrudescimento da opressão contra os palestinos, com duas ofensivas militares que chocaram os povos do mundo inteiro, tamanha brutalidade dos crimes praticados por Israel, no segundo semestre de 2014.
Protestos massivos tomaram as ruas em diversos países para exigir o fim de mais um massacre do povo palestino, que agora tem nesta solidariedade internacional e no fim da impunidade do regime sionista grande esperança. O povo palestino e as lideranças têm consciência de que enfrentam não apenas Israel, mas também seu principal aliado, cúmplice e patrocinador, o imperialismo estadunidense, que há décadas fantasia-se de mediador para garantir apenas a expansão da ocupação.
O governo dos Estados Unidos orgulha-se de garantir a Israel a maior quantia da sua “ajuda internacional” desde a Segunda Guerra Mundial. Entre fundos para o setor militar e para o recebimento dos imigrantes judeus de todo o mundo, também instalados ilegalmente nos territórios palestinos ocupados, os EUA já garantiram a Israel mais de US$ 120 bilhões neste período, de acordo com um documento recente da própria Casa Branca. Ainda que o Exército israelense passasse os dias conduzindo o massacre dos palestinos na Faixa de Gaza, o presidente estadunidense Barack Obama autorizou o envio de mais US$ 225 milhões além dos US$ 3 bilhões anuais em ajuda militar a Israel, especificamente para o sistema antimíssil Cúpula de Ferro, em julho, durante os 51 dias de bombardeios contra Gaza.
Já nesta semana, e diante da debandada da sociedade israelense para a extrema-direita, a reeleição do Likud é mais uma tragédia para o já martirizado povo palestino. Netanyahu angariou apoio para vencer as eleições graças a uma sociedade visivelmente intoxicada e enveredada ao extremismo, tornando fundamental o investimento na questão das colônias. O recorde na perversa e criminosa política de construção de mais casas para colonos em territórios palestinos ocupados é um orgulho para Netanyahu.
Homem palestino mostra cada demolida pelas forças israelenses em Jerusalém Oriental,
porção palestina ocupada por Israel. Foto: Ahmad Gharabli / AFP
porção palestina ocupada por Israel. Foto: Ahmad Gharabli / AFP
Além disso, foram três grandes ofensivas contra a Faixa de Gaza sitiada nos últimos cinco anos, o que evidencia a sistematicidade das “operações militares” condenadas pela ONU como “punição coletiva” dos palestinos pelo regime sionista, que alega sua defesa contra a resistência armada. Contra a Cisjordânia, a opressão também é cotidiana, com números rompantes de palestinos presos, mortos e perseguidos, inclusive crianças, mulheres e idosos.
Por isso, o Cebrapaz e as diversas entidades que manifestam sua solidariedade ao povo palestino devemos fortalecer a luta, ao lado dos palestinos, pela paz e pelo fim da impunidade da liderança sionista. Continua sendo uma tarefa impostergável dos movimentos sociais solidários exigir o cumprimento de uma dívida histórica pela libertação do povo palestino e o estabelecimento do seu Estado independente e soberano, assim como a responsabilização dos que perpetram o genocídio na Palestina.
*Socorro Gomes é a presidenta do Cebrapaz e do Conselho Mundial da Paz.
Fonte: Urge fortalecer a solidariedade ao povo palestino, acesso em: http://cebrapaz.org.br/site/component/content/article/41-top-headlines/1151-urge-fortalecer-a-solidariedade-ao-povo-palestino.html
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