Agência Câmara
Ex-prefeito de Curitiba e deputado, Cássio Taniguchi deu toque profissional no assédio aos cofres públicos, diz a revista.
Reportagem da edição desta semana da Revista Carta Capital denuncia “a Conexão Paraná” dos escândalos envolvendo a administração do governador cassado José Roberto Arruda no Distrito Federal, ex-DEM.
O ex-diretor do órgão responsável pela fiscalização do Transporte Urbano (DF-Trans) Paulo Henrique Munhoz da Rocha e o deputado federal Cássio Taniguchi (DEM), ex-secretário de Desenvolvimento Urbano do Meio Ambiente, estão no núcleo de personagens centrais da reportagem, em que são citados ainda os deputados federais Alceni Guerra e Abelardo Lupion, e o ex-governador Jaime Lerner.
Ex-integrante da administração de Lerner no governo estadual e de Taniguchi na prefeitura de Curitiba, Munhoz da Rocha é apontado como o “elo mais visível” de uma conexão que teria sido montada por Arruda e o DEM do Paraná, que foi investigada na Operação Pandora montada pela Polícia Federal.
De acordo com a Carta Capital, os integrantes do DEM do Paraná deram um toque profissional ao projeto de Arruda. “A convocação dos demistas paranaenses por Arruda foi uma tentativa de fazer do assédio aos cofres públicos do Distrito Federal uma ação qualitativa, tocada por quadros descolados da tradicional estrutura nordestina do DEM, mais do que manjada pela mídia e pelo Judiciário”, diz a reportagem.
A reportagem afirma que Rocha, investigado por contratos fraudulentos, superfaturamento e outras irregularidades, está ligado a Lerner e Taniguchi. Entre 1995 e 1997, Rocha foi diretor do Departamento de Administração do Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado, o extinto IPE, durante o governo Lerner.
Na administração Taniguchi, em Curitiba, Munhoz da Rocha atuou como diretor administrativo-financeiro do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPPUC, superintendente do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Curitiba, o extinto IPMC. Rocha presidiu o Instituto Curitiba de Saúde, e a Companhia de Desenvolvimento de Curitiba (CIC).
O ex-prefeito de Curitiba era considerado o “cérebro” da administração da Arruda, diz a reportagem que o descreve ainda como “peça fundamental” no processo de aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial de Brasília, que envolveu inúmeros interesses empresariais e econômicos.
De acordo com depoimentos do ex-assessor que denunciou o esquema, Durval Barbosa, a aprovação do Plano Diretor teria rendido R$ 20 milhões ao grupo ligado ao ex-governador do Distrito Federal.
Identificado como conselheiro informal da campanha do candidato ao governo, Beto Richa (PSDB), Taniguchi também é acusado de ter beneficiado Lerner com um contrato sem licitação com a empresa de arquitetura do ex-governador para a prestação de serviços de consultoria em desenvolvimento.
O contrato, segundo a revista, foi fechado em maio de 2007, por R$ 2 milhões. Alceni aparece apenas mencionado como o ex-secretário especial de Educação Integral do governo Arruda.
Já Lupion é citado na reportagem como o autor da indicação de Munhoz da Rocha ao ex-secretário de Transportes do Distrito Federal Alberto Fraga. A reportagem de O Estado não conseguiu localizar Taniguchi, Lerner e Rocha. Também deixou recado na caixa de recados do telefone celular de Lupion, mas não houve retorno.