segunda-feira, 13 de setembro de 2010

"Conexão Paraná" - dos escandalos envolvendo José Roberto Arruda.

E-mail recebido de Reportagem da Revista Carta Capital, segue a escrita exatamente como recebi:

Agência Câmara

Ex-prefeito de Curitiba e deputado, Cássio Taniguchi deu toque profissional no assédio aos cofres públicos, diz a revista.

Reportagem da edição desta semana da Revista Carta Capital denuncia “a Conexão Paraná” dos escândalos envolvendo a administração do governador cassado José Roberto Arruda no Distrito Federal, ex-DEM.
O ex-diretor do órgão responsável pela fiscalização do Transporte Urbano (DF-Trans) Paulo Henrique Munhoz da Rocha e o deputado federal Cássio Taniguchi (DEM), ex-secretário de Desenvolvimento Urbano do Meio Ambiente, estão no núcleo de personagens centrais da reportagem, em que são citados ainda os deputados federais Alceni Guerra e Abelardo Lupion, e o ex-governador Jaime Lerner.

Ex-integrante da administração de Lerner no governo estadual e de Taniguchi na prefeitura de Curitiba, Munhoz da Rocha é apontado como o “elo mais visível” de uma conexão que teria sido montada por Arruda e o DEM do Paraná, que foi investigada na Operação Pandora montada pela Polícia Federal.
De acordo com a Carta Capital, os integrantes do DEM do Paraná deram um toque profissional ao projeto de Arruda. “A convocação dos demistas paranaenses por Arruda foi uma tentativa de fazer do assédio aos cofres públicos do Distrito Federal uma ação qualitativa, tocada por quadros descolados da tradicional estrutura nordestina do DEM, mais do que manjada pela mídia e pelo Judiciário”, diz a reportagem.

A reportagem afirma que Rocha, investigado por contratos fraudulentos, superfaturamento e outras irregularidades, está ligado a Lerner e Taniguchi. Entre 1995 e 1997, Rocha foi diretor do Departamento de Administração do Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado, o extinto IPE, durante o governo Lerner.
Na administração Taniguchi, em Curitiba, Munhoz da Rocha atuou como diretor administrativo-financeiro do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPPUC, superintendente do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Curitiba, o extinto IPMC. Rocha presidiu o Instituto Curitiba de Saúde, e a Companhia de Desenvolvimento de Curitiba (CIC).

O ex-prefeito de Curitiba era considerado o “cérebro” da administração da Arruda, diz a reportagem que o descreve ainda como “peça fundamental” no processo de aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial de Brasília, que envolveu inúmeros interesses empresariais e econômicos.
De acordo com depoimentos do ex-assessor que denunciou o esquema, Durval Barbosa, a aprovação do Plano Diretor teria rendido R$ 20 milhões ao grupo ligado ao ex-governador do Distrito Federal.

Identificado como conselheiro informal da campanha do candidato ao governo, Beto Richa (PSDB), Taniguchi também é acusado de ter beneficiado Lerner com um contrato sem licitação com a empresa de arquitetura do ex-governador para a prestação de serviços de consultoria em desenvolvimento.
O contrato, segundo a revista, foi fechado em maio de 2007, por R$ 2 milhões. Alceni aparece apenas mencionado como o ex-secretário especial de Educação Integral do governo Arruda.
Já Lupion é citado na reportagem como o autor da indicação de Munhoz da Rocha ao ex-secretário de Transportes do Distrito Federal Alberto Fraga. A reportagem de O Estado não conseguiu localizar Taniguchi, Lerner e Rocha. Também deixou recado na caixa de recados do telefone celular de Lupion, mas não houve retorno.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Nosso Estado é realmente Laico?

Defendo um Estado Laico, que é o Estado sem religião, ou melhor, que não prega religião alguma, sendo que cada cidadão deve saber escolher o que é melhor para si.
Estou convicto de que durante muitos períodos da História as Religiões só enlearam o desenvolvimento tecnológico e científico, e com certeza estaríamos muito melhor sem a maioria delas.
Em nosso país (Brasil), a constituição prevê a liberdade de religião, sendo que Igreja e Estado estão oficialmente separados, mesmo que a legislação preveja que fica proibido qualquer tipo de discriminação religiosa, ainda assim a Igreja Católica Apostólica Romana recebe um tratamento diferenciado.

Segundo notícias de o Globo, publicada em 08/09/2009:
“O Senado aprovou ontem (07/09/2009) o acordo entre o Brasil e o Vaticano, reconhecendo o estatuto jurídico da Igreja Católica no país. Sem polêmicas nem divergências, senadores votaram simbolicamente a favor do projeto. O texto segue à promulgação”.
“A aprovação do acordo simboliza a aproximação do Estado com a Igreja, mas, na prática, pouco altera a relação entre o governo e a instituição. O acordo ratifica normas já cumpridas sobre ensino religioso, casamento e prestação de assistência espiritual em presídios e hospitais. No Congresso, o projeto foi alvo de críticas de parlamentares que questionaram o fim do Estado laico com a aprovação do acordo.”
Fonte: O Globo - Senado aprova acordo com o Vaticano, no sítio: http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/10/08/senado-aprova-acordo-com-vaticano-767959739.asp

Partindo dessa premissa aos quais muitos defendem que o Estado deveria seguir a princípios ordenados pelo Cristianismo, principalmente o da Igreja Católica, ocorreria que, se ensinássemos princípios cristãos, por exemplo, aos alunos das escolas públicas, ou mesmo se a gestão pública e o congresso estivessem orientados por princípios cristãos estaríamos indo contra a concepção de mundo de muitas famílias que não aderiram ao Cristianismo. No Brasil, além de cristãos, temos muitos que seguem ao Judaísmo, Budismo, Muçulmanismo, também há os Gnósticos, Agnósticos, Ateus, Teístas, Deístas entre outros. Também devemos considerar as diversas correntes espíritas.

Só para esclarecer:
Nem todas as correntes espíritas, assim como parte do Budismo, são consideradas religiões, mas sim uma filosofia de vida, podendo muitas vezes seguir o: teísmo, deísmo, gnosticismo, agnosticismo e até mesmo o ateísmo (por desconsiderarem a existência de um ser divino ou superior).
Teístas são todos os que acreditam em um ou mais deuses, ou seja, todos os que crêem em um Deus são teístas, mas não necessariamente cristãos. Difere do Deísmo por admitir uma revelação sobrenatural. Então, podemos dividir o Teísmo em: Monoteísmo, crença em um só Deus; - Politeísmo, crença em vários deuses; - e Henoteísmo: crença em vários deuses, mas com um supremo a todos.
Já o deísmo segue uma doutrina que considera a razão como uma via capaz de nos assegurar da existência de Deus, desconsiderando, para tal fim, a prática de alguma religião denominacional. A sua origem está ligada aos antigos filósofos gregos, e sobretudo a filosofia aristotélica da primeira causa. Durante o iluminismo este movimento cresce tendo o apoio de cientistas britânicos e italianos como Galileu Galilei e Isaac Newton.
Quanto ao Gnosticismo, pode ser interpretado como a Doutrina ou sistema de pensamento filosófico religioso fundado sobre uma revelação interior que leva ao conhecimento metafísico. É a antítese do Agnosticismo.
Agnosticismo, já é uma questão muito mais complexa do que normalmente é apresentada, em termos gerais entende-se que é a Doutrina que considera que o Absoluto é inacessível ao espírito humano e que preconiza a recusa de toda solução aos problemas Metafísicos.
Existe uma explicação bastante razoável para o Agnosticismo na Wikipédia, segundo esta Enciclopédia Virtual, Agnosticismo pode ser dividido em vários Grupos:
A principal divisão interna do agnosticismo reside entre o Agnosticismo Teísta e o Agnosticismo Ateísta. Diferenciam entre si nos termos dos pressupostos para os quais ambos tendem, os teístas partem do pressuposto que existe um Deus, Deuses ou Divindades, os ateístas do princípio que tal é de todo inexistente, embora ambos os grupos assumam que faltam provas que comprovem um ou outro lado.
São igualmente considerados os seguintes grupos:
Agnosticismo Estrito - (também chamado de agnosticismo forte, agnosticismo positivo, agnosticismo convicto ou agnosticismo absoluto) a idéia de que a compreensão ou conhecimento sobre deuses ou o sobrenatural se encontra totalmente fora das possibilidades humanas e que jamais tal será possível. Um Agnóstico Estrito diria "Eu não sei e você também não".
Agnosticismo Empírico (também chamado agnosticismo suave, agnosticismo aberto ou agnosticismo fraco) — A idéia de que a compreensão e conhecimento do divino ou sobrenatural não é até ao momento possível mas que se aparecerem novas evidências e provas sobre o assunto tal é uma possibilidade. Um Agnóstico Empírico diria "Eu não sei. Você sabe?".
Agnosticismo Apático - a idéia de que, apesar da impossibilidade de provar a existência ou inexistência de deuses ou do sobrenatural, estes a existir não teriam qualquer influência negativa ou positiva na vida das pessoas, na Terra ou no Universo em geral. Um Agnóstico Apático diria "Eu não sei, mas também para que é que isso interessa?".
Ignosticismo - embora se questione a compatibilidade deste grupo com o agnosticismo ou ateísmo há quem o considere como um grupo agnóstico. Esse grupo baseia-se no fato de que primeiramente é preciso definir Deus, para apenas posteriormente discutir sua existência. Para cada definição de Deus, pode haver uma discussão diferente e diferentes grupos de ateus, teístas e agnósticos referentes àquela definição particular. Um Ignóstico diria "Não sei. O que considera "Deus"?".
Agnosticismo Modelar — A idéia de que questões metafísicas e filosóficas não podem ser verificadas nem validadas, mas que um modelo maleável pode ser criado com base no pensamento racional. Esta vertente agnóstica não se dedica à questão da existência ou não de divindades. Um Agnóstico Modelar diria "Eu não sei. Mas podemos criar um".
O agnosticismo não avança sem o conhecimento mas Deus é por fé e não só por conhecimento.
A relação entre a postura agnóstica e a crença (ou não) em algum deus é quem vai determinar se o agnosticismo é teísta, deísta ou ateísta.
Um agnóstico pode crer apenas por fé em algum deus ou deuses, ao mesmo tempo em que admite não ter conhecimento sobre a existência do(s) mesmo(s), podendo ser teísta se acreditar nos conceitos de deuses como descritos por alguma religião, ou deísta se for algo diferente desses moldes. Contrariamente ao agnóstico teísta, o agnóstico ateísta é alguém que assume não ter conhecimento da existência de deuses e não tem fé na existência de qualquer um.
No agnosticismo, postula-se que a compreensão dos problemas metafísicos, como a existência de Deus, é inacessível ou incognoscível ao entendimento humano na medida em que ultrapassam o método empírico de comprovação científica. Assim, o conhecimento da existência de Deus é considerado impossível tanto para agnósticos teístas ou ateístas.
Fonte Wikipédia no sítio: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agnosticismo

Quanto ao Ateísmo também não pode ser explicado como simplesmente a descrença total de um ou mais Deuses. O ateísmo teórico produz teorias filosóficas sobre a ausência de Deus, a realidade do universo e da vida na Terra, sem intervenção divina. É baseado em elementos da filosofia, para o definir um horizonte teórico de ateísmo conceitual, em vez de políticos, éticos ou sociológicas. Dois são os elementos conceituais, sendo eles: a teórica impossibilidade da existência de Deus; e a formulação de uma filosofia ateísta. Na perspectiva teórica do ateísmo o objetivo não é combater a religião, mas a ideia filosófica do divino em todas as suas expressões (metafísica).
Apesar do termo ateísmo ter se originado na França do século XVI, as ideias que são hoje reconhecidas como ateístas são documentadas desde a antiguidade clássica e o período védico.
Podemos também encontrar boas definições sobre ateísmo na Wikipédia:
Em termos gerais, o ateu é visto como alguém que aspira à objetividade e que recusa qualquer dogma. Muitos são céticos. Recusam-se a acreditar em algo por meio da fé, essencialmente e assumidamente irracional. A mesma fé que, sendo o sustentáculo das crenças de grande parte dos teístas, não o é obrigatoriamente: as idéias teístas nem sempre dependem dela. Muitos ateus consideram que a concepção mais frequente de divindade, tal como é apresentada pela maioria das religiões, é essencialmente autocontraditória, sendo logicamente impossível a sua existência. Outros ateus também podem ser levados a rejeitar a ideia de um deus por estar em desacordo com sua ideologia.
Alguns dos que poderiam ser chamados ateus não se identificam com o termo, preferindo ser chamados de agnósticos, ou seja, ainda que deixem aberta essa possibilidade, não afirmam nem negam a existência de qualquer entidade divina, de modo que não orientam a sua vida ou suas escolhas com base no pressuposto na existência de potências sobrenaturais. Nesse caso, o agnosticismo identificar-se-ia com o "ateísmo fraco". Para muitos, o verdadeiro ateu não aceitaria nenhuma das posições acima, sendo que julga a inexistência de deuses pela impossibilidade física ou lógica dos mesmos. Não abre chance a possibilidades, pois já estaria provada pela natureza em si sua posição. Essa corrente é a também chamada de "ateísmo forte". Em última instância, há vários tipos de ateus e muitas justificativas filosóficas possíveis para o ateísmo.
Escolas ateístas são encontradas, também no hinduísmo, que é por outro lado uma religião muito teísta. A completamente materialista e anti-teísta escola filosófica Cārvāka que se originou na Índia em torno do século VI a.C. provavelmente é a escola mais explicitamente ateísta de filosofia na Índia. Este ramo da filosofia indiana é classificado como um sistema heterodoxo e não é considerado parte das seis escolas ortodoxas do hinduísmo, mas é notável como evidência de um movimento materialista dentro do hinduísmo. Chatterjee e Datta explicam que a nossa compreensão da filosofia Cārvāka é fragmentária, baseada principalmente na crítica das ideias por outras escolas, e que não é uma tradição viva:
Apesar de que o materialismo de alguma forma ou de outra sempre esteve presente na Índia, e referências ocasionais sejam encontradas nos Vedas, na literatura budista, nos épicos, bem como nas obras filosóficas posteriores, não encontramos nenhum trabalho sistemático sobre o materialismo, nem qualquer escola organizada de seguidores como as outras escolas filosóficas possuem. Mas quase todos os trabalhos das outras escolas mencionam, por refutação, os pontos de vista materialistas. Nosso conhecimento do materialismo indiano baseia-se sobretudo nesses trabalhos.
Outras filosofias indianas geralmente consideradas como ateístas incluem samkhya clássica e mimāṃsā. A rejeição de um Deus criador pessoal também é vista no jainismo e no budismo na Índia.
Fonte Wikipédia no sítio: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ate%C3%ADsmo

Indo mais além:

Para podermos compreender melhor estas questões, entrarei em principios filosóficos em que muitas estão fundamentadas, neste caso darei uma breve explicação sobre o materialismo, positivismo, dogmatísmo e dogma.

Materialismo – É a filosofia que prega que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado de interações materiais; que a matéria é a única substância. Como teoria, o materialismo pertence à classe da ontologia monista. Assim, é diferente de teorias ontológicas baseadas no dualismo ou pluralismo. O termo foi inventado em 1702 por Leibniz , e reivindicado pela primeira vez em 1748 por La Mettrie. Entretanto, em termos da origem das idéias, pode-se considerar que os primeiros filósofos materialistas, são alguns filósofos pré-socráticos: Demócrito, Leucipo, Epicuro, Lucrécio, os estóicos, que se opunham na questão da continuidade da matéria: os átomos evoluiriam no vácuo? O atomismo de Demócrito influenciou Platão em sua teoria (idealista) dos elementos (fogo, ar, água, terra, éter, identificados em sua forma atômica aos polígonos regulares, respectivamente : tetraedro, octaedro, icosaedro, cubo, dodecaedro).
Para o materialismo científico, o pensamento se relaciona a fatos puramente materiais (essencialmente mecânicos) ou constituem epifenômeno.
Na filosofia marxista, o materialismo dialético (ou materialismo marxista) é uma forma desta doutrina estabelecida por Karl Marx e Friedrich Engels que, introduzindo o processo dialético na matéria, admite, ao fim dos processos quantitativos, mudanças qualitativas ou de natureza, e daí a existência de uma consciência, que é produto da matéria, mas realmente distinta dos fenômenos de ordem material.
O materialismo histórico é uma tese do marxismo, segundo a qual o modo de produção da vida material determina, em última instância, o conjunto da vida social, política e espiritual. É um método de compreensão e análise da história, das lutas e das evoluções econômicas e políticas. Entre as ciências sociais e humanas muitos seguiram esta tese, que foi definida e utilizada, principalmente, por Karl Marx, Friedrich Engels, Rosa Luxemburgo e Lênin. Em Marx podemos ver referências ao materialismo histórico em suas obras O 18 brumário de Luis Bonaparte e O capital, já em Friedrich Engels no Socialismo utópico e socialismo científico.
O termo materialismo é também utilizado para designar a atitude ou o comportamento daqueles que se apegam aos bens, valores e prazeres materiais.
No campo artístico, o materialismo constitue uma tendência a dar às coisas uma representação realista e sensual.
Fonte Wikipédia no sítio: http://pt.wikipedia.org/wiki/Materialismo

Positivismo - Doutrina criada por Augusto Comte, segundo a qual toda atividade filosófica ou cientifica deve efetuar-se somente no quadro da análise dos fatos verificados pela experiência. O domínio das coisas em si é inacessível ao espírito humano, que deve renunciar a tudo de antemão, limitando-se a formular leis e relações entre os fenômenos observados. O positivismo foi considerado por Comte como a base e o fundamento metodológico de uma ciência social, a "física social" ou "sociologia". Mais tarde o positivismo foi por ele concebido como uma nova religião da humanidade.
Dogma - Ponto fundamental de uma doutrina filosófica ou religiosa considerada incontestável. Opinião dada como certa, inatingível e imposta como verdade indiscutível.
Dogmatismo - Atitude filosófica ou religiosa que, fundamentando-se em um dogma, rejeita categoricamente a contestação e a critica.

As considerações acima apresentadas procuram dar uma fundamentação teórica, com o objetivo de pensarmos no por que devemos separar o estado da crença pessoal de seus cidadãos, pois se vivemos em uma sociedade complexa, e teoricamente “livre”, não seria justo ao Estado tentar impor ou fazer prevalecer uma crença sobre a outra. Apesar disto, mesmo o Estado sendo considerado, teoricamente, laico pela constituição, ainda assim costumamos guardar os feriados religiosos, feriados estes que mais uma vez são impostos pela Igreja Católica Apostólica Romana.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Dilma supera desempenho de Lula e lidera em todos os estados

Reportagem realizada no Portal Vermelho, sobre o crescimento de Dilma em todos os estados brasileiro:


Dilma supera desempenho de Lula e lidera em todos os estados

Mantido o cenário atual da sucessão presidencial, Dilma Rousseff (PT) teria uma vitória mais ampla que a conquistada há quatro anos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não apenas em quantidade e proporção de votos — mas também geograficamente.

De acordo com o Ibope, a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando lidera sozinha em 21 unidades da Federação e está tecnicamente empatada com José Serra (PSDB) nas outras seis. Não há nenhum estado em que o presidenciável tucano ostente uma liderança sobre Dilma acima da margem de erro.

No primeiro turno de 2006, Lula — que era candidato à reeleição — foi o mais votado em 16 estados, enquanto Geraldo Alckmin (PSDB) venceu em dez e no Distrito Federal. Lula obteve 48,6% dos votos válidos e precisou disputar o segundo turno. Dilma aparece, no fim de agosto, com 59% dos votos válidos, segundo o Ibope.

O mapa do desempenho dos candidatos a presidente nas unidades da Federação foi desenhado a partir da consolidação das mais recentes pesquisas estaduais do Ibope que foram divulgadas. Todas foram realizadas em agosto, mas em datas diferentes. A maior parte, depois do dia 20 de agosto.

Dilma supera Serra em quatro estados onde Alckmin bateu Lula em 2006: Rondônia, Roraima, Goiás e São Paulo. Além disso, também ganha do tucano no Distrito Federal.

Os seis lugares onde a petista e o tucano estão tecnicamente empatados são todos estados onde Lula teve menos votos que o adversário no primeiro turno de quatro anos atrás: Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Como Lula em 2006, Dilma lidera em todo o Nordeste. Mas a intensidade atual da liderança da petista é maior do que a vantagem obtida por Lula em 2006 em quase todos os estados nordestinos, com exceção do Ceará. Mas a pesquisa cearense é mais antiga que a dos outros estados — foi concluída em 1.º de agosto.

Em Alagoas, por exemplo, Lula teve 47% dos votos válidos no primeiro turno de 2006, enquanto Dilma aparece com 69% dos votos válidos no Ibope. Em Sergipe ele teve 47% e ela, 65%.

Virada no Norte, empate técnico do Sul

Tanta vantagem em tantos estados é o principal motivo de uma possível vitória de Dilma ainda no primeiro turno. Nas 20 unidades da Federação onde tem maioria absoluta dos votos válidos, a candidata abre uma diferença de 18 pontos porcentuais sobre a soma de Serra e Marina Silva (PV).

Se incluirmos São Paulo na conta — a 21ª unidade da Federação onde Dilma bate Serra —, a diferença cai para 17 pontos. Tudo porque ela lidera entre os paulistas, mas sem maioria absoluta (tem 48% dos votos válidos). Como a diferença é menor, ou mesmo negativa, nos outros seis estados, a vantagem nacional de Dilma cai para 9 pontos porcentuais.

A mais recente rodada de pesquisas do Ibope na Região Norte mostra que Dilma ampliou sua vantagem nos estados da região. Ela virou em Rondônia e Roraima, além de ter aumentado sua diferença no Amazonas — onde tem o melhor desempenho em todo o país: 78% dos votos válidos. Foi lá também que Lula teve sua vitória mais ampla em 2006.

Boa parte do crescimento da petista no Norte se deu à custa de eleitores que antes declaravam voto em Marina Silva, originária da região. No Acre, por exemplo, a disputa mudou de um empate técnico entre a candidata do PV e Serra, para um empate entre Dilma e o tucano.

Com exceção do Acre, os estados onde há empate técnico entre Dilma e Serra ou são do Sul do país ou sofreram forte influência imigratória dessa região, como são os casos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Dilma diminuiu a vantagem de Serra nesses estados e chegou ao empate — o que dificulta ainda mais a tarefa do tucano de manter um reduto eleitoral que possa lhe garantir levar a eleição para o segundo turno.

Da Redação de www.vermelho.org.br, com informações de O Estado de S.Paulo, no endereço:

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=136200&id_secao=1