DOCUMENTO INFORMATIVO DA OXFAM 210 RESUMO 18 DE JANEIRO DE 2016
Favela Tondo em Manila, Filipinas, 2014. Foto: Dewald Brand, Miran, para a Oxfam |
Como privilégios e poderes
exercidos sobre a economia geram situações de desigualdade extrema e como esse
quadro pode ser revertido
A crise da desigualdade global está chegando a novos
extremos.
O
1% mais rico da população mundial detém mais riquezas atualmente do que todo o
resto do mundo junto. Poderes e privilégios estão sendo usados para distorcer o
sistema econômico, aumentando a distância entre os mais ricos e o resto da
população. Uma rede global de paraísos fiscais permite que os indivíduos mais
ricos do mundo escondam 7,6 trilhões de dólares das autoridades fiscais. A luta
contra a pobreza não será vencida enquanto a crise da desigualdade não for
superada.
RESUMO: UMA ECONOMIA PARA O
1%
A distância entre ricos e
pobres está chegando a novos extremos. O banco Credit Suisse revelou
recentemente que o 1% mais rico da população mundial atualmente acumula mais
riquezas que todo o resto do mundo junto. Esse fenômeno foi
observado um ano antes de uma previsão da Oxfam nesse sentido ter sido
amplamente divulgada, às vésperas da realização do Fórum Econômico Mundial do
ano passado. Ao mesmo tempo, a riqueza detida pela metade mais pobre da
humanidade caiu em um trilhão de dólares nos últimos cinco anos. Essa é
apenas a evidência mais recente de que vivemos hoje em um mundo caracterizado
por níveis de desigualdade não registrados há mais de um século.
“Uma Economia para o 1%”2 analisa
como isso aconteceu e por que, além de apresentar novas evidências alarmantes
de uma crise de desigualdade que saiu do nosso controle.
A Oxfam calculou o seguinte:
§ Em 2015, apenas 62 indivíduos detinham a mesma
riqueza que 3,6bilhões de pessoas – a metade mais afetada pela pobreza da humanidade.
Esse número representa uma queda em relação aos 388indivíduos que se
enquadravam nessa categoria há bem pouco tempo, em 2010.
§ A riqueza das 62 pessoas mais ricas do mundo
aumentou em 44% noscinco anos decorridos desde 2010 – o que representa um
aumento demais de meio trilhão de dólares (US$ 542 bilhões) nessa riqueza,
que saltou para US$ 1,76 trilhão.
§ Ao mesmo tempo, a riqueza da metade mais pobre caiu
em pouco mais de um trilhão de dólares no mesmo período – uma queda de 41%.
§ Desde a virada do século, a metade da população
mundial mais afetada pela pobreza ficou com apenas 1% do aumento total da
riqueza global, enquanto metade desse aumento beneficiou a camada mais rica
de 1%da população.
§ O rendimento médio anual dos 10% da população
mundial mais afetados pela pobreza no mundo aumentou menos de US$ 3 em quase
um quarto de século. Sua renda diária aumentou menos de um centavo a cada
ano.
A crescente desigualdade
econômica é ruim para todos nós – ela mina o crescimento e a coesão social.
No entanto, as consequências para as pessoas mais afetadas pela pobreza no
mundo são particularmente graves.
Os
apologistas do status quo afirmam que a preocupação com a desigualdade é
alimentada pela “política da inveja”. Eles costumam citar a redução
registrada no número de pessoas que vivem em situação de extrema pobreza como
prova de que a desigualdade não constitui um problema de grandes dimensões.
Essa afirmação é, no entanto, equivocada. Como uma organização estabelecida
para combater a pobreza, a Oxfam acolhe inequivocamente os fantásticos
avanços que ajudaram a reduzir pela metade o número de pessoas que vivem
abaixo da linha de extrema pobreza entre 1990 e 2010. No entanto, se a
desigualdade dentro dos países não tivesse aumentado no mesmo período, outros
200 milhões de pessoas teriam saído da pobreza. Esse número poderia ter
chegado a 700 milhões se as pessoas em situação de pobreza tivesse sido mais
beneficiadas pelo crescimento econômico do que os ricos.
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Não
há como negar o fato de que os grandes vencedores da nossa economia global são
os que estão no topo. Nosso sistema econômico é fortemente distorcido em seu
favor, além de estar sendo, sem dúvida nenhuma, cada vez mais enviesado nesse
sentido. Longe de escorrer aos poucos para baixo (como propalado na teoria do trickle
down) e beneficiar os mais necessitados, a renda e a riqueza estão sendo
sugadas para cima a um ritmo alarmante. Uma vez lá em cima, um sistema cada vez
mais complexo de paraísos fiscais e uma indústria de gestores dessa riqueza
garantem que ela permaneça por lá, longe do alcance de cidadãos comuns e de
seus governos. Segundo uma estimativa recente4, riquezas individuais que somam US$
7,6 trilhões – equivalentes a mais que o produto interno bruto (PIB) combinado
do Reino Unido e da Alemanha – estão sendo mantidas offshore atualmente.
Leia na
integra e baixe em PDF:
Leia
também:
1% da população global detém mesma riqueza dos 99%
restantes, diz estudo http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160118_riqueza_estudo_oxfam_fn?SThisFB
Desigualdade:
Metade da riqueza da Terra nas mãos de 1% da população
Distribución
de la riqueza mundial
Fonte
Vídeos:
Riqueza
acumulada por 1% da população mundial supera a dos outros 99%
Entrevista
com Jorge Romano sobre desigualdade social - Jornal Futura - Canal Futura