quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

RIQUEZA DE 1% DA POPULAÇÃO MUNDIAL SUPERA OS 99%



 DOCUMENTO INFORMATIVO DA OXFAM 210 RESUMO 18 DE JANEIRO DE 2016 

Favela Tondo em Manila, Filipinas, 2014. Foto: Dewald Brand, Miran, para a Oxfam
 UMA ECONOMIA PARA O 1%
Como privilégios e poderes exercidos sobre a economia geram situações de desigualdade extrema e como esse quadro pode ser revertido


 A crise da desigualdade global está chegando a novos extremos.

O 1% mais rico da população mundial detém mais riquezas atualmente do que todo o resto do mundo junto. Poderes e privilégios estão sendo usados para distorcer o sistema econômico, aumentando a distância entre os mais ricos e o resto da população. Uma rede global de paraísos fiscais permite que os indivíduos mais ricos do mundo escondam 7,6 trilhões de dólares das autoridades fiscais. A luta contra a pobreza não será vencida enquanto a crise da desigualdade não for superada.









RESUMO: UMA ECONOMIA PARA O 1%

A distância entre ricos e pobres está chegando a novos extremos. O banco Credit Suisse revelou recentemente que o 1% mais rico da população mundial atualmente acumula mais riquezas que todo o resto do mundo junto.  Esse fenômeno foi observado um ano antes de uma previsão da Oxfam nesse sentido ter sido amplamente divulgada, às vésperas da realização do Fórum Econômico Mundial do ano passado. Ao mesmo tempo, a riqueza detida pela metade mais pobre da humanidade caiu em um trilhão de dólares nos últimos cinco anos. Essa é apenas a evidência mais recente de que vivemos hoje em um mundo caracterizado por níveis de desigualdade não registrados há mais de um século.
“Uma Economia para o 1%”2 analisa como isso aconteceu e por que, além de apresentar novas evidências alarmantes de uma crise de desigualdade que saiu do nosso controle.

A Oxfam calculou o seguinte:

§  Em 2015, apenas 62 indivíduos detinham a mesma riqueza que 3,6bilhões de pessoas – a metade mais afetada pela pobreza da humanidade. Esse número representa uma queda em relação aos 388indivíduos que se enquadravam nessa categoria há bem pouco tempo, em 2010.
§  A riqueza das 62 pessoas mais ricas do mundo aumentou em 44% noscinco anos decorridos desde 2010 – o que representa um aumento demais de meio trilhão de dólares (US$ 542 bilhões) nessa riqueza, que saltou para US$ 1,76 trilhão.
§  Ao mesmo tempo, a riqueza da metade mais pobre caiu em pouco mais de um trilhão de dólares no mesmo período – uma queda de 41%.
§  Desde a virada do século, a metade da população mundial mais afetada pela pobreza ficou com apenas 1% do aumento total da riqueza global, enquanto metade desse aumento beneficiou a camada mais rica de 1%da população.
§  O rendimento médio anual dos 10% da população mundial mais afetados pela pobreza no mundo aumentou menos de US$ 3 em quase um quarto de século. Sua renda diária aumentou menos de um centavo a cada ano.

A crescente desigualdade econômica é ruim para todos nós – ela mina o crescimento e a coesão social. No entanto, as consequências para as pessoas mais afetadas pela pobreza no mundo são particularmente graves.
Os apologistas do status quo afirmam que a preocupação com a desigualdade é alimentada pela “política da inveja”. Eles costumam citar a redução registrada no número de pessoas que vivem em situação de extrema pobreza como prova de que a desigualdade não constitui um problema de grandes dimensões. Essa afirmação é, no entanto, equivocada. Como uma organização estabelecida para combater a pobreza, a Oxfam acolhe inequivocamente os fantásticos avanços que ajudaram a reduzir pela metade o número de pessoas que vivem abaixo da linha de extrema pobreza entre 1990 e 2010. No entanto, se a desigualdade dentro dos países não tivesse aumentado no mesmo período, outros 200 milhões de pessoas teriam saído da pobreza. Esse número poderia ter chegado a 700 milhões se as pessoas em situação de pobreza tivesse sido mais beneficiadas pelo crescimento econômico do que os ricos.



Não há como negar o fato de que os grandes vencedores da nossa economia global são os que estão no topo. Nosso sistema econômico é fortemente distorcido em seu favor, além de estar sendo, sem dúvida nenhuma, cada vez mais enviesado nesse sentido. Longe de escorrer aos poucos para baixo (como propalado na teoria do trickle down) e beneficiar os mais necessitados, a renda e a riqueza estão sendo sugadas para cima a um ritmo alarmante. Uma vez lá em cima, um sistema cada vez mais complexo de paraísos fiscais e uma indústria de gestores dessa riqueza garantem que ela permaneça por lá, longe do alcance de cidadãos comuns e de seus governos. Segundo uma estimativa recente4, riquezas individuais que somam US$ 7,6 trilhões – equivalentes a mais que o produto interno bruto (PIB) combinado do Reino Unido e da Alemanha – estão sendo mantidas offshore atualmente.

Leia na integra e baixe em PDF:

Leia também:
1% da população global detém mesma riqueza dos 99% restantes, diz estudo http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160118_riqueza_estudo_oxfam_fn?SThisFB 

Desigualdade: Metade da riqueza da Terra nas mãos de 1% da população

Distribución de la riqueza mundial


Fonte Vídeos:
Riqueza acumulada por 1% da população mundial supera a dos outros 99%

Entrevista com Jorge Romano sobre desigualdade social - Jornal Futura - Canal Futura